domingo, 31 de maio de 2009

Killshot - Tiro Certo (Killshot - 2009)



Mickey Rourke retomou sua carreira de ator a todo o vapor e mesmo que seu principal instrumento de trabalho, o rosto, esteja completamente desfigurado pelas pancadas do boxe e incontáveis cirurgias plásticas, ele fez um trabalho impecável em "O Lutador" e aparece novamente muito bem como o assassino da máfia Armand Degas.

Nascido em uma comunidade indígena, o personagem é um frio matador, que no entanto carrega dentro de si a culpa por ter sido o responsável pela morte de seu irmão mais jovem durante uma de suas operações criminosas.

Extremamente perfeccionista, Degas nunca deixa pistas, embora seja procurado pelo FBI, ele intenciona voltar para a reserva indígena onde nasceu para desfrutar uma sonhada aposentadoria; mas o destino coloca Richie Nix (Joseph Gordon-Levitt) em seu caminho, um psicopata sem controle, tentando a "carreira" de ladrão de bancos; uma considerável dor de cabeça para Degas, que inesperadamente decide ajudá-lo, simplesmente porque o rapaz o lembra de seu irmão morto.

Mas as coisas dão errado e um casal recém divorciado, Carmen (Diane Lane) e Wayne Colson (Thomas Jane), que vive próximo da reserva indígena, atrapalha os planos dos dois bandidos e pode servir de testemunha chave para que o FBI finalmente possa pegar Degas.

Mesmo contra vontade, o casal é enviado para outro estado pelo serviço de proteção a testemunha, mas os dois bandidos decidem caçá-los.

Com a tensão sempre crescendo, Tiro Certo é um suspense baseado em um livro de Leonard Elmore, com boas interpretações e a direção de John Madden.
Uma curiosidade que pode até aumentar o interesse pelo filme é que em 2002 aconteceu uma primeira tentativa de adaptação, que teria Tony Scott na direção, Robert De Niro, no papel de Armand Degas e Quentin Tarantino como Richie Nix...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Território Restrito (Crossing Over - 2009)




O público americano não gosta muito de se reconhecer nas telas, especialmente quando o retrato pintado no espelho não é exatamente aquele de cidadão moderno, que vive e deixa viver, independente de raça, cor, credo e origem.

Por isso, o excelente filme do cineasta sul africano Wayne Kramer, falando de forma sincera e clara sobre os problemas dos imigrantes ilegais nos EUA conseguiu desagradar a maioria absoluta dos críticos de cinema americanos.

Mas passado o choque inicial da constatação da proposital ausência da babaquice do politicamente correto nesta obra, resta um bom filme que narra diversas histórias de pessoas que para tentar a vida na chamada "Terra da Liberdade" descobrem que o tal do "Sonho Americano" tem cara de pesadelo.

O ponto em comum, que amarra todas as histórias é Max Brogan (Harrison Ford), um agente veterano da Imigração que para surpresa de todos e o embaraço dos burocratas robôs com que trabalha, se importa com os seres humanos que "flagra" desrespeitando as leis ao tentar sobreviver nos EUA sem a documentação legal necessária.

Entre estas pessoas, a imigrante latina interpretada por Alice Braga chega a implorar para o agente, enquanto é presa, sob o riso (sim, o riso!) de seus colegas para que alguém vá ao encontro de seu filho pequeno, que poderia ficar perdido para sempre se ninguém o ajudasse.

Em outra situação, uma garota muçulmana de 15 anos é apontada por seus colegas de classe ao FBI como suspeita de terrorismo apenas por não concordarem com o teor de seu trabalho de escola. Filha de imigrantes ilegais, embora esteja no país desde os 3 anos de idade e sem sequer falar a língua do país de seus pais, ela também é candidata a deportação.

Outra imigrante ilegal, uma modelo australiana interpretada por Alice Eve, descobre a duras penas que o sistema também tem suas falhas na pele do burocrata Cole Frankel (Ray Liotta) que exige da garota favores sexuais em troca de um acerto para sua documentação.

E por aí vai, com situações terríveis e diferenças culturais expostas de forma crua, a produção espera contar com a capacidade de indignação das plateias pelo mundo afora, já que nos EUA, a exemplo do ótimo "O Visitante", o filme ganhou fama de "filme de liberais"...

Bom, se é necessário ser liberal para enxergar seres humanos como dignos de tratamento humano, existe então alguma coisa de muito errada na mentalidade média da tal da "Terra da Liberdade". Ou não?

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Anjos e Demônios (Angels and Demons - 2009)



Tarefa difícil essa de adaptar best-sellers populares para as telas de cinema, especialmente quando falamos daqueles livros que parecem roteiros prontos, que o diga o diretor Ron Howard, após seu fracasso absoluto com "O Código da Vinci", uma obra que conseguiu desagradar do mais fanático pelo trabalho de Brown aos que sequer conhecem a existência do livro, fazendo um filme que ao mesmo tempo é insípido para quem leu Brown e que não consegue conquistar a empatia de quem não leu.

Mas desta vez, Howard achou que poderia melhorar e com praticamente a mesma equipe técnica, exceto pela adição do roteirista David Koepp, transplantou a trama ainda mais elaborada de "Anjos e Demônios" para as telonas.

Analisando os resultados de "Código da Vinci" como um recado claro de que o público desejava mais aventura e menos diálogo, o diretor fechou com a ação vertiginosa, dando ao filme um ritmo muito veloz, onde quase não sobra espaço para aquilo que talvez seja o maior diferencial dos livros de Dan Brown, aquela mistura interessante entre dados históricos e pura ficção que serve para aguçar a curiosidade e ajuda a fomentar a discussão que quase sempre coloca em lados opostos religião e história, filosofia e ciência, verdade e fé.

Embora tenha sido escrito antes do "Código da Vinci", na trama, a história de "Anjos e Demônios" acontece após os fatos do primeiro filme; o simbologista Robert Langdon (Tom Hanks) é convocado com urgência por oficiais do Vaticano para ajudar a desvendar o sequestro de 4 cardeais, considerados os mais fortes candidatos a sucessores do Papa que acabou de morrer.

Além disso, ao chegar em Roma, descobre-se que uma porção de antimatéria, uma substância potencialmente perigosa, com capacidade para destruir todo o Vaticano, pode também estar nas mãos dos sequestradores que a roubaram diretamente do laboratório suiço onde se localiza o Grande Colisor de Hádrons.

Como os bandidos se identificam como pertencentes à sociedade secreta os Illuminatti, inimigos históricos da Igreja, Langdon é a pessoa mais apropriada para tentar salvar os cardeais.
Mas antes ele precisa conquistar a confiança do Camerlengo, interpretado por Ewan McGregor, ele é uma espécie de secretário do Papa, que se torna o responsável pela administração do Vaticano, durante o processo de escolha do novo pontífice.

Além disso, Langdon conta com a companhia da cientista Vittoria Vetra (Ayelet Zurer) na busca de pistas que os levarão, junto com a polícia, através de Roma e do Vaticano, ambas reconstituídas em um trabalho deslumbrante de direção de arte, nos estúdios de Hollywood, já que a produção não obteve autorização para filmar nas locações originais.

Mas o clima de caça ao tesouro em alta velocidade acaba tirando um pouco a graça e o que poderia ser um pouco mais aprofundado na trama, acaba passando muito rapidamente, uma pena, já que a velha questão religião x ciência necessita mais do que nunca de uma discussão, especialmente uma que impeça para sempre que os religiosos tenham novamente em mãos o poder de impedir o progresso da humanidade.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

"Tinha que ser você" (Last Chance Harvey-2009)



Existem filmes que são bons pela histórias que contam, outros valem exclusivamente pelo visual, ou por mostrarem situações que refletem o lado humano de personagens que poderiam até estar do lado de cá das telas.
"Tinha que ser você" (Last Chance Harvey-2009) tem um pouco de tudo isso e mais, a química fantástica entre dois atores veteranos, consagrados e geniais.

Harvey Shine (Dustin Hoffman) é um músico frustrado, compõe jingles para sobreviver, mas sonhava mesmo ser um pianista de jazz e está vivendo um momento um tanto delicado em sua profissão, recebe um ultimatum de seu patrão, exatamente no momento em que está a caminho de Londres, onde acontece o casamento de sua filha Susan (Liane Balaban).

Divorciado há muito tempo, ele chega em Londres para encontrar um cenário muito diferente do sonhado para esse momento, sente-se isolado e desprezado pela própria filha que lhe comunica sua opção pelo padrasto Brian (James Brolin), para levá-la até ao altar.

Arrasado, Harvey prefere voltar para casa logo após a cerimônia, mas perde o voo e lá mesmo é comunicado que não tem mais emprego. Afogando as mágoas no bar do aeroporto, Harvey conhece Kate (Emma Thompson), uma solteirona de 40 e tantos anos, que trabalha no Serviço Nacional de Estatísticas e que por coincidência já o havia tentado entrevistar assim que saiu do avião.

Kate também tem seus problemas, sua mãe, recém recuperada de um câncer, liga para ela no celular a cada cinco minutos, o que atrapalha qualquer forma de relacionamento que ela possa vir a ter.

Por falar em celulares, eles aparecem aqui como um detalhe importante da narrativa, servindo para reafirmar o isolamento tanto de Harvey como de Kate, que sempre precisam largar tudo que estão fazendo para atender as tais chamadas pra lá de inconvenientes.

Mas como já disse, o ponto alto de "A Um Passo do Amor" é a integração entre os atores e Emma Thompsom e Dustin Hoffman dão uma aula de interpretação e timming de comédia. Embora as personagens tenham sua dose de dramáticos e existam alguns momentos mais lacrimosos, a interação entre os dois atores faz toda a graça do filme.

A neurótica mãe de Kate também, a ótima atriz britânica Eileen Atkins, é responsável por muitas risadas.

Com roteiro e direção do diretor britânico Joel Hopkins, "Tinha que ser você" é diversão de alto nível para quem é amante do gênero comédia romântica, mas chega a ficar constrangido com a infantilidade das que o cinema tem produzido ultimamente e também para quem aprecia encontrar no cinema personagens e situações humanamente belas. Ah! E o visual de Londres também não é nada mal....

"Tinha que ser você" está com estreia nos cinemas brasileiros prometida para o dia 19/06.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Campanha pela renovação total do Congresso


Depois de ver deputados que "se lixam" para a opinião pública, que dirigem alcoolizados, que constroem castelos, que pagam os empregados de casa e fazem outras tantas coisas que nada acrescentam ao país usando o nosso dinheiro, resolvi aderir à "Campanha Pela Renovação Total do Congresso".

Sim! Os brasileiros cansaram! Votamos errado a vida inteira, mas agora
aprendemos a lição e nunca mais daremos nosso voto para qualquer político que já tenha sido eleito anteriormente.

Esta é a primeira providência a ser tomada em um país que precisa de providências reais, continuamos pagando impostos de primeiro mundo e só recebemos em troca serviços que não seriam aceitos nem no tal do terceiro mundo.

Somos os piores em saúde, educação, previdência, transporte, moradia, segurança e em todas as áreas que dependem direta ou indiretamente do trabalho dos senhores deputados e senadores.

Eles, por sua vez, acham que estão ali apenas para "aproveitar" as vantagens de ter em mãos as chaves dos cofres públicos.

Pois é, o dinheiro que eles gastam é nosso... já passou da hora dele retornar para nossas mãos na forma de benefícios para uma população que no momento se encontra abandonada à própria sorte.

Vamos mostrar para eles que somos nós que "nos lixamos" para o futuro deles... Porque eleitos, eles não serão nunca mais!