domingo, 28 de novembro de 2010

O melhor até agora - Harry Potter e as Relíquias da Morte - parte 1



E chega aos cinemas o filme mais aguardado do ano, a primeira parte do último livro da Saga Harry Potter, desembarca nas salas de cinema grandiloquente, sombrio e carregado de expectativas.

Quem leu os livros sabe que a série de filmes nunca foi exatamente fiel, deixando para trás personagens, tramas; tudo devida ou indevidamente simplificado para atender aos padrões da indústria cinematográfica e acumulando uma série de detalhes que acabavam sendo retomados no livro final, o que complicava sua adaptação.

Com a promessa de uma maior fidelidade ao livro final feita tanto pelo diretor David Yates, como pelo roteirista Steve Kloves e sem muito espaço para as explicações devidas a quem apenas assistiu os filmes, a sensação deste penúltimo capítulo em filme é a de que estamos diante de uma obra para "iniciados".

O ritmo é veloz, o tom é sombrio; mas agora existe espaço para acompanharmos os momentos de profunda solidão de Harry (Daniel Radcliffe), que não está mais aprendendo a lidar com seu destino, mas enfrentando-o bravamente com a ajuda dos amigos de sempre Ron (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson), que não apenas cresceram na trama, mas como atores em frente das câmeras, apresentando neste sétimo filme a sua melhor performance.

Com o extra visual de paisagens quase sempre inóspitas e pouco convidativas, mas belas em sua tradução para a tela grande, o filme foi inicialmente pensado para ter uma versão 3D, mas a desistência da ideia provou-se mais do que correta, já que tecnicamente esta adaptação acabaria por comprometer uma fotografia que se apresenta impecável dentro dos altos padrões de Yates e do estreiante na série, Eduardo Serra.

Também merece destaque a direção de arte que cria uma versão bruxa belíssima da máquina de propaganda Nazista, no Ministério da Magia.

O trio central se apresenta como adolescente em alguns momentos e jovens adultos no próximo, lutando por sua sobrevivência e para localizar e destruir cada uma das Horcruxes, objetos mágicos que guardam porções da alma de Voldemort, a missão deixada para eles pelo Professor Albus Dumbledore (Michael Gambon), enquanto se distanciam mais e mais de suas famílias, da escola e de tudo o que até então era importante em suas vidas.

Enquanto isso, Lord Voldemort (Ralph Fiennes) e seus fiéis seguidores estão colocando o "show na estrada" por assim dizer; matando, torturando e finalmente tomando o poder dentro do Ministério da Magia, o mal agora parece concentrado em uma busca de algo que nem Harry compreende bem o que é, mesmo quando presencia cenas desta busca em suas já habituais visões.

Cheia de emoções, como o livro em que se baseia, esta é até agora a melhor adaptação da obra de JK Rowling, até certamente a estreia da Segunda Parte, que promete ser o ponto cinematográfico mais alto da série.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Quando me Apaixono - Estreia de Helen Hunt na direção não decepciona




Chegando em DVD no Brasil com pelo menos 3 anos de atraso, depois de uma passagem muito rápida pelos cinemas, "Quando me Apaixono" (Then She Found Me), o primeiro filme dirigido e protagonizado pela atriz Helen Hunt e que também tem no elenco Colin Firth, Matthew Broderick e Bette Midler.

Baseado no livro homônimo de Elinor Lipman, o filme é um projeto longamente acalentado por Hunt, que levou praticamente uma década para convencer a autora a vender-lhe os direitos de filmagem e a seguir, para captar recursos para a sua realização.

April Epner (Helen Hunt) é uma professora de 39 anos que se casa com seu melhor amigo e colega de trabalho, Ben Green (Matthew Broderick). Pressionada pela família e por seu próprio relógio biológico, ela passa a buscar engravidar o mais rápido possível, mas suas tentativas acabam em frustração, ainda mais quando o marido decide acabar o casamento.

Mas este é só o começo da confusão na vida de April, que também precisa entender-se com sua mãe biológica, uma apresentadora de TV (Bette Midler), que a reencontra, depois de abandoná-la ainda bebê, e quer um espaço em sua vida.

Ao mesmo tempo ela passa a interessar-se pelo pai divorciado (Colin Firth) de um de seus alunos, ele também vivendo uma grande crise, após ser abandonado pela esposa.

E para piorar tudo, April descobre que está grávida do ex-marido.

Com fortes elementos de drama humano sobre relacionamentos e alguma comédia, oferecida especialmente pela maravilhosa Bette Midler, inspiradíssima como a mãe amalucada, o filme tem algumas qualidades extras de interpretação que chamam atenção a primeira vista e claramente é uma boa estreia de Hunt atrás das câmeras, com pequenos detalhes aqui e ali que entregam a existência de uma sensibilidade extra para liberar as emoções do elenco, muito a vontade na frente da câmera.

Imperdível para os fãs de cada um dos astros envolvidos e para quem se interessa por ver o cinema falando com alguma emoção verdadeira sobre o complicado mundo dos relacionamentos humanos.

sábado, 13 de novembro de 2010

RED - Aposentados e divertidos



Um elenco de primeira, ação ininterrupta e uma boa dose de humor tornam RED boa opção para quem procura por diversão nas salas de cinema.

Com roteiro adaptado a partir de uma série de quadrinhos, o filme conta a história de Frank Moses (Bruce Willis), um solitário ex-agente da CIA que passa seus dias "puxando conversa" com Sarah (Mary-Louse Parker), a atendente do serviço de pensão quando repentinamente se vê caçado por agentes que tentam assassiná-lo.

Para salvar sua própria pele e da atendente, Frank a sequestra e arrasta através do país, reativando no caminho sua antiga equipe de agentes, todos aposentados, mas ainda suficientemente em forma, para enfrentar cara-a-cara e levar a melhor sobre as equipes atuais.

Assim, os ex-agentes da CIA Joe (Morgan Freeman) e Marvin (John Malkovich), a assassina treinada do MI6 Victoria (Helen Mirren) e até um agente russo (Brian Cox) acabam participando da ação para não só descobrir a razão dos ataques, como buscando readquirir a paz perdida da aposentadoria.

A interação entre os atores é algo para ser observado; veteranos de grande prestígio todos parecem estar divertindo-se muito em cena, apreciando especialmente a chance de fazer movimentadas cenas de ação, seja correndo, atirando com armamento pesado ou lançando piadas, bombas e granadas sobre os inimigos.

E por falar em veteranos, também é muito bom ver o grande Richard Dreyfuss novamente em ação, embora seu personagem não tenha muito tempo na tela.

Em tempo: o título do filme refere-se a classificação que a ficha de trabalho de Moses recebeu após sua aposentadoria Retired Extremely Dangerous, aposentado extremamente perigoso, em português.

Dirigido por Robert Schwentke, o filme teve uma boa performance de bilheteria pelo mundo afora e deve ser muito bem recebido também aqui no Brasil.