segunda-feira, 20 de setembro de 2010

The King's Speech é o vencedor do Toronto Film Festival




Terminou hoje a 35 edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto, apresentando como grande vencedor a produção britanica/australiana "The King's Speech" (ainda sem título em português). Dirigida por Tom Hooper conta uma história verdadeira sobre a realeza britânica.

Durante a década de 20, Albert (Colin Firth), o Duque de York, era considerado o segundo sucessor ao trono de seu pai, o Rei George V (Michael Gambon) e tinha problemas para falar em público, pois gaguejava muito, caracteristica considerada inaceitável para um rei na época.

Um terapeuta australiano chamado Lionel Logue (Geoffrey Rush) então é chamado para tratá-lo e com o tempo começa a desenvolver uma inesperada amizade com Albert, que mais tarde com a morte do pai e a abdicação do irmão Edward VIII (Guy Pearce) para casar-se com a divorciada americana Wallis Simpson (Eve Best); acaba assumindo ainda que relutantemente o trono britânico como George VI.

E seu reinado começa já em uma tremenda crise, a Segunda Guerra Mundial, de onde George VI desponta como uma das maiores lideranças do mundo.

O tom escolhido para contar esta fábula da vida real é o da comédia e o enfoque do roteiro baseia-se especialmente na inusitada relação entre um dos homens mais poderosos do mundo e seu excentrico terapeuta, que com seus métodos nada convencionais transforma o nobre inseguro em um verdadeiro monarca.

Atração extra para os inúmeros fãs de Colin Firth que cultuam sua atuação como Mr Darcy na série "Orgulho e Preconceito" (95) é a presença de Jennifer Ehle (Myrtle Logue) no elenco. A atriz que vive o papel de Elizabeth Bennet ao seu lado na mais querida das adaptações da obra de Jane Austen. Helena Bonham Carter, Timothy Spall e Derek Jacobi completam o elenco.

Ainda não há um trailer oficial do filme disponível online, mas esta pequena matéria em vídeo feita pela agência Associated Press já serve para matar um pouco a curiosidade.

O filme chega aos cinemas americanos no dia 26 de Novembro de 2010 e ainda não tem uma data de estreia definida para o Brasil.

domingo, 19 de setembro de 2010

Nosso Lar confirma sucesso de público de filmes espíritas



Com a fama de ser a mais cara produção nacional graças a um custo de nada menos do que 20 milhões de reais, chega aos cinemas "Nosso Lar", baseado no livro homônimo de Chico Xavier; trazendo mais uma vez a temática espírita para o grande público.

Até aí, tudo muito lógico, afinal não é difícil investir pesado em um filme cujo retorno financeiro é certo, já que os títulos dentro desta temática costumam arrastar multidões ao cinema, "Chico Xavier" e "Bezerra de Menezes" já haviam conseguido bons resultados, mas parecem pálidos diante do recorde de 1 milhão de espectadores que "Nosso Lar" obteve em apenas 5 dias de exibição.

Além disso, o próprio livro que descreve as experiências pós vida do médico André Luiz, tem por si mesmo um irresistível apelo cinematográfico; afinal quem durante a leitura do livro não ficou imaginando a beleza dos detalhes da colônia extrafísica descrita no texto psicografado, com seus belos jardins e instalações cheias de tecnologia do "outro mundo".

Mas aí tropeçamos no primeiro problema, a adaptação daquilo que o papel descreve para a tela. No caso de "Nosso Lar" essa tarefa ficou nas mãos do próprio diretor Wagner de Assis, cujo currículo inclui o razoável "A Cartomante" (2004), mas que infelizmente, desta vez esqueceu que fazia um audiovisual, exagerando na verborragia e colocando na frente do público trechos e mais trechos de texto do livro ipsis litteris, o que convenhamos não ajuda nem um pouco na fluidez do espetáculo.

Pode até soar estranho, mas em um filme sobre espiritualidade fez falta um pouco de contemplação. Mesmo com a geração de cenários dependendo do CGI, um recurso técnico cujos custos, perdoem-me o chavão, estão pela "hora da morte".

As descrições excessivas e o didatismo tiram uma boa fatia da graça do espetáculo cinematográfico e atrapalham até o desempenho dos atores, que parecem ter dificuldade para encontrar o tom.

Mas os defeitos que aponto provavelmente não serão um problema para os muitos simpatizantes da doutrina espírita que lotarão as salas e ficarão emocionados ao presenciar cada uma das descobertas da viagem do espirito de André Luiz pelo outro lado da vida.

Pena que lições edificantes nem sempre rendam bom cinema.