quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O making of de um clássico da Disney

 

Há muitas controvérsias sobre a veracidade histórica de "Walt nos Bastidores de Mary Poppins", mesmo assim, o filme dirigido por John Lee Hancock é o tipo de diversão leve e doce que ajudou a fazer das produções dos Estúdios Disney um grande sucesso de público.

Mesmo usando muita licença poética, o filme pretende documentar as difíceis e longas negociações entre Walt Disney (Tom Hanks) e P. L. Travers (Emma Thompson); a autora do livro infantil Mary Poppins; para conseguir a autorização para a adaptação para o cinema.

E depois de nada menos do que 20 anos de tentativas a distância, em 1961, finalmente a autora concorda em ir ao encontro de Disney, até Hollywood, para conversar sobre o assunto e participar do desenvolvimento do roteiro, mas nem precisa dizer que a escritora é uma pessoa difícil, quase intratável e não aprova absolutamente nada do que encontra por lá; da comida aos presentes que encontra em sua suíte do hotel, tudo serve como desculpa para suas críticas secas e inteligentes.

É claro que eventualmente acontece um entendimento e um final feliz, mas as reminiscências da autora, que apesar do sotaque e dos maneirismos, teve uma infância muito difícil na Austrália, trazem um lado melodramático para a trama e ajudam a explicar (e bastante!) todas as suas escolhas.

O trabalho do elenco é primoroso, todo mundo está bem no filme, especialmente Colin Farrell, que interpreta o pai alcoolatra de Travers.

Mas quem brilha de verdade é Emma Thompson, que consegue fazer com que o público acabe simpatizando com uma personagem que tudo indica ser uma portadora de distimia, aquela doença mental que causa mau humor crônico.

Vencedora do Oscar de Melhor Atriz em 1993 por sua performance em "O Retorno a Howard's End"; ela merecia pelo menos ter sido indicada desta vez, como foi ao Globo de Ouro, pela excelência em sua atuação que faz rir e chorar neste filme.

"Walt nos Bastidores de Mary Poppins" tem estreia agendada no Brasil para o dia 7 de Fevereiro de 2014.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Segundo Hobbit é pura aventura

 

Peter Jackson fez novamente... como aconteceu com o segundo filme da saga "O Senhor dos Anéis - As Duas Torres"; esse a "Desolação de Smaug" também dá a impressão de ter tido suas aventuras condensadas e espremidas para caberem dentro de seus 161 minutos de duração.

O que espanta, é que na verdade, muito do que vemos na tela não saiu do livro do pequenino livro de Tolkien com suas trezentas e poucas páginas, mas da cabeça do time de roteiristas formado por Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson e Guillermo del Toro, que se viu diante da tarefa de fazê-lo render 3 filmes com quase 3 horas de duração e talvez tenha exagerado um pouco na dose.

Mas se era esse o caso, por que então a correria? Todas as cenas de ação e, há muitas cenas de ação, são eletrizantes, com muitas batalhas, contra criaturas diversas, e acabamos sentindo falta dos necessários momentos de "respiro" ou "suspiro" que a beleza dos cenários da Terra Média nos proporcionou tantas vezes no decorrer da saga "O Senhor dos Anéis".

E não que toda a adrenalina seja desprezível, a fuga dos anões, dentro de barris, corredeira abaixo, em meio a uma luta sangrenta entre elfos e orcs, tem algo de antológico, mas ainda, como em todas as batalhas remete àquela sensação familiar, a de estar vendo criaturas feitas por computador encenando o que parece ser o teaser de um bom videogame.

E falando em videogames, não dá para deixar de pensar neles, quando Legolas (Orlando Bloom), repetindo a exaustão seu surf em qualquer coisa/lugar, em incontáveis cenas, como algum truque especial que se acessa nos comandos de um videogame, apenas para conseguir passar por uma fase especialmente cabulosa de um jogo qualquer.

Talvez tentando fugir deste aspecto, o roteiro nos dá até uma nova personagem, a elfa Tauriel (Evangeline Lilly), sugerindo um triângulo amoroso entre ela, Legolas e o anão Kili (Aidan Turner). Acredito que desenvolverão melhor esta história paralela no terceiro filme, aliás, torço por isso, para tentar diminuir a sensação de estranheza.

Mas no meio da estranheza, dois pontos altos já quase no final de "A Desolação de Smaug", enchem a tela, o visual arrebatador da soturna Cidade do Lago, e a grandiosidade de Erebor e seu tesouro, tornam as últimas cenas memoráveis.

E claro, o terrível dragão Smaug (Benedict Cumberbatch), prestes a mostrar a que veio, se engaja em uma longa (e divertida!) batalha verbal com Bilbo Baggins (Morgan Freeman), que eleva ainda mais nossas expectativas para o terceiro filme da trilogia, pena que ainda teremos que esperar pelo final de 2014.