quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Quando dois gênios se encontram



Embora os dois personagens centrais deste filme sejam bastante conhecidos, cada um em seu campo de ação, vê-los juntos, em uma mesma história real, ainda causa estranheza.

E esta caprichada produção francesa, lança luz sobre este relacionamento da vida real e o usa como possível explicação para a inspiração na obra dos dois personagens.

Em 1913, acompanhamos a estreia do ballet "A Sagração da Primavera" do compositor russo Igor Stravinsky (Mads Mikkelsen), em Paris, com os bailarinos liderados por Nijinsky recebendo sonoras vaias da plateia que teria ficado indignada com a música que era completamente diferente de tudo o que se conhecia até então.

Entre os presentes, uma jovem e ainda desconhecida Coco Chanel (Anna Mouglalis) consegue perceber no artista russo a chama de sua genialidade. Tanto que em 1920, quando o compositor volta a Paris necessitando de abrigo, com sua familia, a estilista já famosa e rica, oferece-lhe uma de suas propriedades.

ossDai em diante é apenas uma questão de tempo para que os dois se vejam envolvidos romantica e sexualmente, enquanto Katarina (Elena Morozova), a esposa do compositor, assiste a tudo, enfraquecendo cada vez mais devido a tuberculose.

Com trilha sonora e fotografia primorosas, o filme do diretor holandes Jan Kounen retrata detalhadamente dois grandes artistas de nossa era, que com personalidade forte e muito talento, ajudaram a mudar a cara do mundo.

E para quem gosta de cinema, o filme é um belo cartão de visitas que convida a prestar atenção mais de perto no trabalho do cineasta.

sábado, 14 de agosto de 2010

Angelina Jolie, guerra fria e muita, mas muita pancadaria



Enquanto na prática a guerra fria se transforma cada vez mais em "História Antiga", o cinema propõe uma nova visita ao assunto, mas desta vez, em um thriller de ação ininterrupta e velocidade vertiginosa, de acordo com os padrões de exigência dos nossos dias.

Evelyn Salt (Angelina Jolie) é uma agente da CIA que trabalha em uma divisão especializada em monitorar ameaças originárias da Rússia e dos paises da antiga Cortina de Ferro.

Até que inesperadamente, o veterano espião russo Vassily Orlov (Daniel Olbrychski ) se entrega à agência e além de informar sobre os planos para assassinar o presidente da Rússia (Olek Krupa), também revela que diversos agentes foram infiltrados no país e que um destes é a própria Salt.

Aí começa uma enorme caçada com cenas de ação assustadoramente bem executadas, tiros, explosões, muita correria e Angelina Jolie mais uma vez no papel da moça durona, que deixa um rastro de destruição por onde passa.

O filme não foge muito da velha fórmula do agente super treinado que mesmo diante de outros agentes igualmente capazes consegue quebrar um por um, não importando em nada o tipo de armas que seu oponente carrega.

Mas as inúmeras reviravoltas do roteiro e a direção segura do veterano Phillip Noyce, ajuda a colocar tudo nos trilhos e o resultado é ótimo entretenimento, para ser devidamente apreciado com muita pipoca e refrigerante.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sucesso de A Origem prova que cinema ainda pode ser criativo



Um dos mais criativos roteiros dos últimos tempos, com diversos níveis de interpretação e, suficientemente popular para atingir já em sua primeira semana de exibição invejáveis resultados nas bilheterias de todo o mundo, assim é o fenomenal “A Origem”.

Ansiosamente aguardado como a principal estreia da concorrida temporada de verão americano, o filme de ação tem um visual deslumbrante e é um projeto que vinha sendo desenvolvido por seu diretor/roteirista Christopher Nolan nos últimos 8 anos; antes mesmo de "Batman - Begins" (2005), seu primeiro envolvimento com a franquia que serviu para dar uma maior projeção a sua carreira.

Mas antes de chegar à franquia, Nolan já chamava atenção pela escolha de roteiros criativos, que costumam subverter narrativas, desconstruindo as fórmulas tradicionais, apresentando-se como um cineasta diferenciado desde "Amnésia" (2000), sua estreia no cinema.

Desta vez, ele mergulha em um outro tipo de mundo, bem mais sombrio e desconhecido do que o universo do heroi dos quadrinhos: o mundo dos sonhos.

Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) descobriu uma tecnologia que permite a mais ousada de todas as formas de espionagem, o roubo de segredos em sua fonte principal, direto da mente de executivos e técnicos, através dos sonhos.
Mas uma de suas ações termina de forma desastrosa e seu "alvo", o empresário japonês Saito (Ken Watanabe) exige que ele invada a mente de um de seus concorrentes, mas desta vez para inserir uma ideia.

Esta curta sinopse não entrega nenhum dos muitos segredos da história que vai se desenvolvendo em camadas diferentes, conforme a equipe se move dentro dos sonhos do executivo Robert Fischer (Cillian Murphy), com ação eletrizante, imagens de perder o fôlego, como a de ruas parisienses sendo dobradas sobre si mesmas e um final surpreendente.

Além disso, não leva em consideração os pequenos detalhes que transformam esta grande produção em uma experiência inesquecível, como o trabalho coeso de todo o elenco, com destaque para a performance acima da média de Leonardo DiCaprio e até mesmo a presença de "Non, Je Ne Regrette Rien", cantada por Edith Piaf, na trilha sonora.

Comparado exaustivamente pela crítica especializada com a Trilogia Matrix, pois como ela, mostra persongens que circulam por realidades paralelas; "A Origem" tem como a Saga dos Irmãos Wachowski, outras tantas camadas de leitura, além da mais óbvia, o que aumenta consideravelmente o interesse deste imperdivel blockbuster de ação.