sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O lado patético dos relacionamentos segundo Woody Allen



Tudo indica que Woody Allen não se encontra exatamente no auge de sua forma, mesmo assim, um filme que esteja aquém da média do catálogo do diretor, ainda estará um tanto acima daquilo que costumeiramente chega todas as semanas em nossas salas de cinema.

Além disso, o prestígio do diretor contribui para que mesmo em seus filmes menores exista um elenco de astros dignos das super produções e dispostos a defender com graça os personagens de seus roteiros.

Depois do retorno nostálgico a Nova York em "Tudo Pode dar Certo", o cineasta volta a filmar na Europa, mais especificamente em Londres, cidade que tem servido de cenário para sua obra há algum tempo.

Com uma boa dose de cinismo, Allen, que não aparece na tela, mas usa a voz para assumir o papel de narrador da trama, nos convida a olhar mais de perto uma certa família londrina às voltas com problemas de relacionamento amoroso.

Depois de um casamento de 40 anos, Alfie (Anthony Hopkins), em pânico por não conseguir enfrentar o próprio envelhecimento, divorcia-se de Helena (Gemma Jones) e passa a buscar uma vida diferente daquela que teve até agora.

A esposa abandonada no processo, busca aconselhar-se com Cristal (Pauline Collins), uma vidente que passa a dizer-lhe exatamente o que quer ouvir.

Por sua vez, Sally (Naomi Watts), a filha do casal também vive um momento ruim em seu casamento com Roy (Josh Brolin), um homem que desistiu da medicina, escreveu um livro que fez algum sucesso há algum tempo atrás e, agora, tenta escrever seu segundo livro; mas sabe que não tem nas mãos uma história suficientemente boa para sequer ser aceita pela editora.

Para piorar a situação, Alfie encontra Charmaine (Lucy Punch), uma prostituta com metade de sua idade e decide casar-se com ela. Enquanto isso, Roy encontra em Dia, uma vizinha indiana (Freida Pinto), uma forma de aceitar melhor o divórcio que Sally acaba pedindo por considerá-lo muito imaturo.

Mergulhando aos poucos nas desventuras destes casais completamente desajustados, Allen propõe ao público que observe mais uma vez o quanto algumas situações podem trazer para fora aquele lado ridículo que normalmente escondemos muito bem dentro de nós mesmos.

domingo, 28 de novembro de 2010

O melhor até agora - Harry Potter e as Relíquias da Morte - parte 1



E chega aos cinemas o filme mais aguardado do ano, a primeira parte do último livro da Saga Harry Potter, desembarca nas salas de cinema grandiloquente, sombrio e carregado de expectativas.

Quem leu os livros sabe que a série de filmes nunca foi exatamente fiel, deixando para trás personagens, tramas; tudo devida ou indevidamente simplificado para atender aos padrões da indústria cinematográfica e acumulando uma série de detalhes que acabavam sendo retomados no livro final, o que complicava sua adaptação.

Com a promessa de uma maior fidelidade ao livro final feita tanto pelo diretor David Yates, como pelo roteirista Steve Kloves e sem muito espaço para as explicações devidas a quem apenas assistiu os filmes, a sensação deste penúltimo capítulo em filme é a de que estamos diante de uma obra para "iniciados".

O ritmo é veloz, o tom é sombrio; mas agora existe espaço para acompanharmos os momentos de profunda solidão de Harry (Daniel Radcliffe), que não está mais aprendendo a lidar com seu destino, mas enfrentando-o bravamente com a ajuda dos amigos de sempre Ron (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson), que não apenas cresceram na trama, mas como atores em frente das câmeras, apresentando neste sétimo filme a sua melhor performance.

Com o extra visual de paisagens quase sempre inóspitas e pouco convidativas, mas belas em sua tradução para a tela grande, o filme foi inicialmente pensado para ter uma versão 3D, mas a desistência da ideia provou-se mais do que correta, já que tecnicamente esta adaptação acabaria por comprometer uma fotografia que se apresenta impecável dentro dos altos padrões de Yates e do estreiante na série, Eduardo Serra.

Também merece destaque a direção de arte que cria uma versão bruxa belíssima da máquina de propaganda Nazista, no Ministério da Magia.

O trio central se apresenta como adolescente em alguns momentos e jovens adultos no próximo, lutando por sua sobrevivência e para localizar e destruir cada uma das Horcruxes, objetos mágicos que guardam porções da alma de Voldemort, a missão deixada para eles pelo Professor Albus Dumbledore (Michael Gambon), enquanto se distanciam mais e mais de suas famílias, da escola e de tudo o que até então era importante em suas vidas.

Enquanto isso, Lord Voldemort (Ralph Fiennes) e seus fiéis seguidores estão colocando o "show na estrada" por assim dizer; matando, torturando e finalmente tomando o poder dentro do Ministério da Magia, o mal agora parece concentrado em uma busca de algo que nem Harry compreende bem o que é, mesmo quando presencia cenas desta busca em suas já habituais visões.

Cheia de emoções, como o livro em que se baseia, esta é até agora a melhor adaptação da obra de JK Rowling, até certamente a estreia da Segunda Parte, que promete ser o ponto cinematográfico mais alto da série.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Quando me Apaixono - Estreia de Helen Hunt na direção não decepciona




Chegando em DVD no Brasil com pelo menos 3 anos de atraso, depois de uma passagem muito rápida pelos cinemas, "Quando me Apaixono" (Then She Found Me), o primeiro filme dirigido e protagonizado pela atriz Helen Hunt e que também tem no elenco Colin Firth, Matthew Broderick e Bette Midler.

Baseado no livro homônimo de Elinor Lipman, o filme é um projeto longamente acalentado por Hunt, que levou praticamente uma década para convencer a autora a vender-lhe os direitos de filmagem e a seguir, para captar recursos para a sua realização.

April Epner (Helen Hunt) é uma professora de 39 anos que se casa com seu melhor amigo e colega de trabalho, Ben Green (Matthew Broderick). Pressionada pela família e por seu próprio relógio biológico, ela passa a buscar engravidar o mais rápido possível, mas suas tentativas acabam em frustração, ainda mais quando o marido decide acabar o casamento.

Mas este é só o começo da confusão na vida de April, que também precisa entender-se com sua mãe biológica, uma apresentadora de TV (Bette Midler), que a reencontra, depois de abandoná-la ainda bebê, e quer um espaço em sua vida.

Ao mesmo tempo ela passa a interessar-se pelo pai divorciado (Colin Firth) de um de seus alunos, ele também vivendo uma grande crise, após ser abandonado pela esposa.

E para piorar tudo, April descobre que está grávida do ex-marido.

Com fortes elementos de drama humano sobre relacionamentos e alguma comédia, oferecida especialmente pela maravilhosa Bette Midler, inspiradíssima como a mãe amalucada, o filme tem algumas qualidades extras de interpretação que chamam atenção a primeira vista e claramente é uma boa estreia de Hunt atrás das câmeras, com pequenos detalhes aqui e ali que entregam a existência de uma sensibilidade extra para liberar as emoções do elenco, muito a vontade na frente da câmera.

Imperdível para os fãs de cada um dos astros envolvidos e para quem se interessa por ver o cinema falando com alguma emoção verdadeira sobre o complicado mundo dos relacionamentos humanos.

sábado, 13 de novembro de 2010

RED - Aposentados e divertidos



Um elenco de primeira, ação ininterrupta e uma boa dose de humor tornam RED boa opção para quem procura por diversão nas salas de cinema.

Com roteiro adaptado a partir de uma série de quadrinhos, o filme conta a história de Frank Moses (Bruce Willis), um solitário ex-agente da CIA que passa seus dias "puxando conversa" com Sarah (Mary-Louse Parker), a atendente do serviço de pensão quando repentinamente se vê caçado por agentes que tentam assassiná-lo.

Para salvar sua própria pele e da atendente, Frank a sequestra e arrasta através do país, reativando no caminho sua antiga equipe de agentes, todos aposentados, mas ainda suficientemente em forma, para enfrentar cara-a-cara e levar a melhor sobre as equipes atuais.

Assim, os ex-agentes da CIA Joe (Morgan Freeman) e Marvin (John Malkovich), a assassina treinada do MI6 Victoria (Helen Mirren) e até um agente russo (Brian Cox) acabam participando da ação para não só descobrir a razão dos ataques, como buscando readquirir a paz perdida da aposentadoria.

A interação entre os atores é algo para ser observado; veteranos de grande prestígio todos parecem estar divertindo-se muito em cena, apreciando especialmente a chance de fazer movimentadas cenas de ação, seja correndo, atirando com armamento pesado ou lançando piadas, bombas e granadas sobre os inimigos.

E por falar em veteranos, também é muito bom ver o grande Richard Dreyfuss novamente em ação, embora seu personagem não tenha muito tempo na tela.

Em tempo: o título do filme refere-se a classificação que a ficha de trabalho de Moses recebeu após sua aposentadoria Retired Extremely Dangerous, aposentado extremamente perigoso, em português.

Dirigido por Robert Schwentke, o filme teve uma boa performance de bilheteria pelo mundo afora e deve ser muito bem recebido também aqui no Brasil.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O tombo da ciranda financeira de acordo com Oliver Stone



Lá atrás, no final da década de 80, o senso crítico do diretor Oliver Stone já percebia que existia algo de muito errado no caráter dos endeusados YUPPIES (palavra formada a partir das iniciais de Young Urban Professional), uma tribo que parecia pronta para ocupar a liderança do mundo.

Em "Wall Street: Poder e Cobiça" (87); Stone escancara sua preocupação com a ganância sem limites desses jovens, usando para isso o personagem Gordon Gekko (Michael Douglas), um executivo de Wall Street sem escúpulos que não vê nada errado naquilo que faz; desde que escape ileso e com os bolsos cheios de dinheiro.

O resultado foi uma pequena obra-prima do cinema, com a atuação premiada com o Oscar e Globo de Ouro de mehor ator para Michael Douglas.

O tempo passou, Oliver Stone encontrou outros temas para exercer seu sempre presente senso critico, mas em 2008, os Gordon Gekkos da vida real mergulharam o mundo em uma crise financeira sem precedentes e o diretor então viu que surgia o momento ideal de trazer seu vilão de volta.

Em "Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme"; depois de pagar por seus crimes, Gekko sai da prisão, depois de escrever um livro onde mostra sua visão sobre o cenário financeiro e prevê a aproximação de uma grande crise, vista com cetecismo e até desprezo pelo setor que passou a considerá-lo um pária.

De outro lado, o jovem e idealista operador financeiro Jake Moore (Shia LaBeouf), noivo da filha de Gekko, Winnie (Carey Mulligan); vê seu chefe e mentor Louis Zabel (Frank Langella) colocado contra a parede pelos primeiros sinais da crise, suicidar-se.

Começa a planejar uma vingança contra Bretton James (Josh Brolin), um executivo considerado por ele como o responsável pela morte de Zabel e para isso, busca a ajuda de Gekko, sem o conhecimento da noiva, que por sinal, não quer nem saber do pai.

Com o desastre financeiro como pano de fundo, o foco de Stone desta vez parece ter caído muito mais sobre o drama humano dos filhos negligenciados pelo pai que até ser preso por seus crimes contra o mercado fnanceiro, só tinha olhos para a dança dos milhões em jogo em cada operação.

Se bem que Stone deixa bem clara a sua posição crítica quanto a esse jogo, com ideias originais como usar o skyline de Manhattan para traçar gráficos e ilustrar a irresponsabilidade da busca por lucros de pessoas comuns na personagem de Susan Sarandon, a enfermeira, mãe de Jake, que perde tudo que tem durante a crise e ouve do filho que para ganhar dinheiro, seria necessário produzir algo.

Lição preciosa que esperamos que os tais especuladores irresponsáveis do mercado globalizado tenham finalmente compreendido.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Os Vampiros que se Mordam: Para rir da Saga Crepúsculo



Os diretores/roteristas Jason Friedberg e Aaron Seltzer especializaram-se em um tipo muito particular de cinema, a paródia de grandes sucessos do cinema.

E depois de pegar no pé dos filmes de terror com a franquia "Todo Mundo em Pânico" e brincar muito com as aventuras de heróis e filmes catástrofe em "Espartalhões" e "Super Heróis a Liga da Injustiça" eles agora viram sua metralhadora giratória contra a Saga Crepúsculo.

O ritmo é o mesmo de sempre, uma piada depois da outra, sem deixar ao público sequer um minuto para respirar; Becca (Jenn Proske), vai viver com seu pai, xerife de Sporks e lá conhece na escola Edward Sulen (Matt Lanter); membro de um clã de vampiros.

Mas também conhece Jacob White (Chris Riggi), um adolescente indígena que se transforma em lobisomem.

A grande brincadeira dos diretores, desta vez tem um acabamento mais completo, com cenários e figurinos idênticos aos do filme original.

Além disso, detalhes quase sutis como os gestos e olhares da atriz Kristen Stewart devidamente imitados por Jenn Proske; assim como o topete do galã Robert Pattinson, transforma-se em motivo certo de risos, desde a primeira cena de Matt Lanter.

Como as boas paródias de cinema que eram tradicionalmente feitas pela revista MAD, este "Vampiros que se Mordam" é uma ótima razão para os fãs não xiitas darem boas risadas.

Só espero conseguir continuar vendo os próximos filmes da Saga de agora em diante sem cair na gargalhada.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

The King's Speech é o vencedor do Toronto Film Festival




Terminou hoje a 35 edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto, apresentando como grande vencedor a produção britanica/australiana "The King's Speech" (ainda sem título em português). Dirigida por Tom Hooper conta uma história verdadeira sobre a realeza britânica.

Durante a década de 20, Albert (Colin Firth), o Duque de York, era considerado o segundo sucessor ao trono de seu pai, o Rei George V (Michael Gambon) e tinha problemas para falar em público, pois gaguejava muito, caracteristica considerada inaceitável para um rei na época.

Um terapeuta australiano chamado Lionel Logue (Geoffrey Rush) então é chamado para tratá-lo e com o tempo começa a desenvolver uma inesperada amizade com Albert, que mais tarde com a morte do pai e a abdicação do irmão Edward VIII (Guy Pearce) para casar-se com a divorciada americana Wallis Simpson (Eve Best); acaba assumindo ainda que relutantemente o trono britânico como George VI.

E seu reinado começa já em uma tremenda crise, a Segunda Guerra Mundial, de onde George VI desponta como uma das maiores lideranças do mundo.

O tom escolhido para contar esta fábula da vida real é o da comédia e o enfoque do roteiro baseia-se especialmente na inusitada relação entre um dos homens mais poderosos do mundo e seu excentrico terapeuta, que com seus métodos nada convencionais transforma o nobre inseguro em um verdadeiro monarca.

Atração extra para os inúmeros fãs de Colin Firth que cultuam sua atuação como Mr Darcy na série "Orgulho e Preconceito" (95) é a presença de Jennifer Ehle (Myrtle Logue) no elenco. A atriz que vive o papel de Elizabeth Bennet ao seu lado na mais querida das adaptações da obra de Jane Austen. Helena Bonham Carter, Timothy Spall e Derek Jacobi completam o elenco.

Ainda não há um trailer oficial do filme disponível online, mas esta pequena matéria em vídeo feita pela agência Associated Press já serve para matar um pouco a curiosidade.

O filme chega aos cinemas americanos no dia 26 de Novembro de 2010 e ainda não tem uma data de estreia definida para o Brasil.

domingo, 19 de setembro de 2010

Nosso Lar confirma sucesso de público de filmes espíritas



Com a fama de ser a mais cara produção nacional graças a um custo de nada menos do que 20 milhões de reais, chega aos cinemas "Nosso Lar", baseado no livro homônimo de Chico Xavier; trazendo mais uma vez a temática espírita para o grande público.

Até aí, tudo muito lógico, afinal não é difícil investir pesado em um filme cujo retorno financeiro é certo, já que os títulos dentro desta temática costumam arrastar multidões ao cinema, "Chico Xavier" e "Bezerra de Menezes" já haviam conseguido bons resultados, mas parecem pálidos diante do recorde de 1 milhão de espectadores que "Nosso Lar" obteve em apenas 5 dias de exibição.

Além disso, o próprio livro que descreve as experiências pós vida do médico André Luiz, tem por si mesmo um irresistível apelo cinematográfico; afinal quem durante a leitura do livro não ficou imaginando a beleza dos detalhes da colônia extrafísica descrita no texto psicografado, com seus belos jardins e instalações cheias de tecnologia do "outro mundo".

Mas aí tropeçamos no primeiro problema, a adaptação daquilo que o papel descreve para a tela. No caso de "Nosso Lar" essa tarefa ficou nas mãos do próprio diretor Wagner de Assis, cujo currículo inclui o razoável "A Cartomante" (2004), mas que infelizmente, desta vez esqueceu que fazia um audiovisual, exagerando na verborragia e colocando na frente do público trechos e mais trechos de texto do livro ipsis litteris, o que convenhamos não ajuda nem um pouco na fluidez do espetáculo.

Pode até soar estranho, mas em um filme sobre espiritualidade fez falta um pouco de contemplação. Mesmo com a geração de cenários dependendo do CGI, um recurso técnico cujos custos, perdoem-me o chavão, estão pela "hora da morte".

As descrições excessivas e o didatismo tiram uma boa fatia da graça do espetáculo cinematográfico e atrapalham até o desempenho dos atores, que parecem ter dificuldade para encontrar o tom.

Mas os defeitos que aponto provavelmente não serão um problema para os muitos simpatizantes da doutrina espírita que lotarão as salas e ficarão emocionados ao presenciar cada uma das descobertas da viagem do espirito de André Luiz pelo outro lado da vida.

Pena que lições edificantes nem sempre rendam bom cinema.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Quando dois gênios se encontram



Embora os dois personagens centrais deste filme sejam bastante conhecidos, cada um em seu campo de ação, vê-los juntos, em uma mesma história real, ainda causa estranheza.

E esta caprichada produção francesa, lança luz sobre este relacionamento da vida real e o usa como possível explicação para a inspiração na obra dos dois personagens.

Em 1913, acompanhamos a estreia do ballet "A Sagração da Primavera" do compositor russo Igor Stravinsky (Mads Mikkelsen), em Paris, com os bailarinos liderados por Nijinsky recebendo sonoras vaias da plateia que teria ficado indignada com a música que era completamente diferente de tudo o que se conhecia até então.

Entre os presentes, uma jovem e ainda desconhecida Coco Chanel (Anna Mouglalis) consegue perceber no artista russo a chama de sua genialidade. Tanto que em 1920, quando o compositor volta a Paris necessitando de abrigo, com sua familia, a estilista já famosa e rica, oferece-lhe uma de suas propriedades.

ossDai em diante é apenas uma questão de tempo para que os dois se vejam envolvidos romantica e sexualmente, enquanto Katarina (Elena Morozova), a esposa do compositor, assiste a tudo, enfraquecendo cada vez mais devido a tuberculose.

Com trilha sonora e fotografia primorosas, o filme do diretor holandes Jan Kounen retrata detalhadamente dois grandes artistas de nossa era, que com personalidade forte e muito talento, ajudaram a mudar a cara do mundo.

E para quem gosta de cinema, o filme é um belo cartão de visitas que convida a prestar atenção mais de perto no trabalho do cineasta.

sábado, 14 de agosto de 2010

Angelina Jolie, guerra fria e muita, mas muita pancadaria



Enquanto na prática a guerra fria se transforma cada vez mais em "História Antiga", o cinema propõe uma nova visita ao assunto, mas desta vez, em um thriller de ação ininterrupta e velocidade vertiginosa, de acordo com os padrões de exigência dos nossos dias.

Evelyn Salt (Angelina Jolie) é uma agente da CIA que trabalha em uma divisão especializada em monitorar ameaças originárias da Rússia e dos paises da antiga Cortina de Ferro.

Até que inesperadamente, o veterano espião russo Vassily Orlov (Daniel Olbrychski ) se entrega à agência e além de informar sobre os planos para assassinar o presidente da Rússia (Olek Krupa), também revela que diversos agentes foram infiltrados no país e que um destes é a própria Salt.

Aí começa uma enorme caçada com cenas de ação assustadoramente bem executadas, tiros, explosões, muita correria e Angelina Jolie mais uma vez no papel da moça durona, que deixa um rastro de destruição por onde passa.

O filme não foge muito da velha fórmula do agente super treinado que mesmo diante de outros agentes igualmente capazes consegue quebrar um por um, não importando em nada o tipo de armas que seu oponente carrega.

Mas as inúmeras reviravoltas do roteiro e a direção segura do veterano Phillip Noyce, ajuda a colocar tudo nos trilhos e o resultado é ótimo entretenimento, para ser devidamente apreciado com muita pipoca e refrigerante.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sucesso de A Origem prova que cinema ainda pode ser criativo



Um dos mais criativos roteiros dos últimos tempos, com diversos níveis de interpretação e, suficientemente popular para atingir já em sua primeira semana de exibição invejáveis resultados nas bilheterias de todo o mundo, assim é o fenomenal “A Origem”.

Ansiosamente aguardado como a principal estreia da concorrida temporada de verão americano, o filme de ação tem um visual deslumbrante e é um projeto que vinha sendo desenvolvido por seu diretor/roteirista Christopher Nolan nos últimos 8 anos; antes mesmo de "Batman - Begins" (2005), seu primeiro envolvimento com a franquia que serviu para dar uma maior projeção a sua carreira.

Mas antes de chegar à franquia, Nolan já chamava atenção pela escolha de roteiros criativos, que costumam subverter narrativas, desconstruindo as fórmulas tradicionais, apresentando-se como um cineasta diferenciado desde "Amnésia" (2000), sua estreia no cinema.

Desta vez, ele mergulha em um outro tipo de mundo, bem mais sombrio e desconhecido do que o universo do heroi dos quadrinhos: o mundo dos sonhos.

Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) descobriu uma tecnologia que permite a mais ousada de todas as formas de espionagem, o roubo de segredos em sua fonte principal, direto da mente de executivos e técnicos, através dos sonhos.
Mas uma de suas ações termina de forma desastrosa e seu "alvo", o empresário japonês Saito (Ken Watanabe) exige que ele invada a mente de um de seus concorrentes, mas desta vez para inserir uma ideia.

Esta curta sinopse não entrega nenhum dos muitos segredos da história que vai se desenvolvendo em camadas diferentes, conforme a equipe se move dentro dos sonhos do executivo Robert Fischer (Cillian Murphy), com ação eletrizante, imagens de perder o fôlego, como a de ruas parisienses sendo dobradas sobre si mesmas e um final surpreendente.

Além disso, não leva em consideração os pequenos detalhes que transformam esta grande produção em uma experiência inesquecível, como o trabalho coeso de todo o elenco, com destaque para a performance acima da média de Leonardo DiCaprio e até mesmo a presença de "Non, Je Ne Regrette Rien", cantada por Edith Piaf, na trilha sonora.

Comparado exaustivamente pela crítica especializada com a Trilogia Matrix, pois como ela, mostra persongens que circulam por realidades paralelas; "A Origem" tem como a Saga dos Irmãos Wachowski, outras tantas camadas de leitura, além da mais óbvia, o que aumenta consideravelmente o interesse deste imperdivel blockbuster de ação.

terça-feira, 27 de julho de 2010

O Escritor Fantasma - Polanski novamente em grande estilo



O título em português pode dar ao público a impressão errônea de que o diretor Roman Polanski escolheu o sobrenatural como assunto de seu retorno às telas, por sinal, bastante complicado por conta de um processo de extradição para os EUA, que resultou em uma pós-produção feita com o cineasta em reclusão.

Em inglês e também em português, a expressão "ghost writer" designa a função do redator que é pago para escrever artigos, discursos e até mesmo livros que serão oficialmente atribuídos a outras pessoas.

No caso do filme, esta função é assumida por um personagem sem nome, interpretado por Ewan McGregor, um escritor que recebe uma proposta irrecusável para trabalhar na autobiografia de Adam Lang (Pierce Brosnan); o ex-Primeiro Ministro Britânico, que vive em uma mansão isolada do mundo, em uma ilha na costa dos EUA.

O projeto que parecia à primeira vista, uma boa oportunidade de ganhar dinheiro fácil, vai aos poucos se revelando uma grande dor de cabeça para o escritor, a partir do momento em que a imprensa começa a divulgar que o politico pode ser o responsável pelo sequestro e tortura de três cidadãos britânicos suspeitos de envolvimento com a Al-Qaeda; o que o torna um criminoso de Guerra, além disso, a morte de um dos assessores de Lang, antecessor dele na função de escrever o livro, fica a cada momento mais suspeita.

Soma-se a tudo um ambiente naturalmente sombrio, em que permanecer dentro de casa significa estar cercado por todos os lados de toda segurança que a tecnologia permite e também estar demasiadamente próximo da equipe que cerca o Primeiro Ministro, formada pela secretária Amelia Bly (Kim Cattrall), diversos assessores e a esposa Ruth Lang (Olivia Williams), que em pleno caos da crise se agita criando um clima de tensão tão insuportável que consegue tornar atraente uma inóspita área externa constantemente gelada onde chuvas torrenciais se alternam com uma névoa densa, e mesmo assim fornecem um certo alívio para a sensação claustrofóbica que Roman Polanski tinha a intenção de criar em seu público.

E assim como o mestre Alfred Hitchcock, o cineasta manipula sua plateia descaradamente através de uma verdadeira montanha-russa, mostrando exatamente o que é necessário para fazer com que a tensão sempre cresça.

O resultado é um suspense brilhante com cenas memoráveis, como a do bilhete passando de mão em mão em uma sala até chegar ao seu destinatário.

Aliás, o "passeio" guiado pelo diretor talvez esteja muito distante do discurso panfletário anti-Tony Blair que o autor Robert Harris pretendia quando escreveu "Ghost", o livro de onde saiu o roteiro, mas tenho certeza de que ninguém jamais reclamaria.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O Bem Amado - Clássico da TV chega às telonas



O texto original de Dias Gomes já serviu como base para a primeira novela em cores exibida pela Rede Globo em 1973 e também para uma minissérie na mesma emissora na década de 80 e por isso, esquecemos as origens da trama, baseada em uma peça teatral escrita em 1962.

Por isso, o diretor Guel Arraes foi buscar nos palcos o tom de farsa que permeia a nova versão para as telonas da trama que tem uma visão crítica do que era e (infelizmente) ainda é a forma de fazer política neste estranho país chamado Brasil.

Nos primeiros anos da década de 60, na fictícia cidade de Sucupira, o populista prefeito Odorico Paraguaçu (Marco Nanini) baseia toda a sua administração em apenas uma obra: a construção de um cemitério na cidade. Mas o imprevisível acontece e depois que a tal obra é finalizada, ninguém mais morre na cidade, frustrando todas as suas tentativas das mais inocentes até as mais criminosas de inaugurar o campo santo.

O roteiro adaptado pelo próprio Guel Arraes e por Cláudio Paiva mantem todos os impagáveis neologismos do discurso de Odorico. O filme também ganha pontos ao inserir breves detalhes históricos reais aos acontecimentos ficcionais de Sucupira, relacionando os acontecimentos da ficção, com a dura realidade do Golpe Militar de 1964, por exemplo.

Além disso, as não menos engraçadas irmãs Cajazeira perderam o seu lado mais "carola" para ganhar um renovado ar de glamour na pele de Zezé Polessa, Andréa Beltrão e Drica Moraes, usando figurinos impecáveis criados por Claudia Kopke, o trio de atrizes se reveza na tentativa sempre frustrada de levar o escorregadio Odorico ao altar.

Ao redor do prefeito sempre muita confusão e personagens que ficaram inesquecíveis em suas versões originais, o que significa um trabalho dobrado para o novo elenco ao recriá-los para esta nova versão; afinal as comparações são naturais quando os personagens da TV marcaram época em interpretações tão memoráveis quanto as de Paulo Gracindo (Odorico Paraguaçu), Lima Duarte (Zeca Diabo), Emiliano Queiroz (Dirceu Borboleta) e das atrizes Ida Gomes, Dorinha Duval e Dirce Migliaccio (irmãs Cajazeira).

Embora as comparações sejam naturais, o novo elenco oferece um trabalho a altura dos atores televisivos que transformaram os personagens em verdadeiros mitos.

E nesta nova caprichada produção só há um "entretanto" a se lamentar, o de que a situação política brasileira, continue a mesma, sem alcançarmos nos "finalmentes" das urnas, governos que nos façam rir de alívio pela superação dessa horrenda fase de políticos sem qualquer escrúpulo.

O Bem Amado estreia nos cinemas no 23/07.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Eclipse - Estreia nos cinemas terceiro filme da Saga Crepúsculo



Chega aos cinemas de todo o mundo o aguardado terceiro filme da Saga Crepúsculo; Eclipse segue obtendo bons resultados nas bilheterias, bateu a marca de 2 milhões de espectadores no Brasil e soma 176 milhões de dólares pelo mundo afora, em sua primeira semana de exibição.

A adaptação do terceiro livro da série de Stephanie Meyer, continua do mesmo ponto em que terminou o capítulo anterior, "Lua Nova"; a jovem Bella Swam (Kristen Stewart), está cada vez mais envolvida com o vampiro Edward Cullen (Robert Pattinson), a formatura se aproxima e enquanto o casal planeja os detalhes de seu casamento, um exército de vampiros se prepara para atacá-los.

A única chance de sobrevivência de ambos será contar com a ajuda de Jacob (Taylor Lautner) e sua tribo de lobisomens. Mas, o lobisomem musculoso e boa pinta não consegue tirar Bella de sua cabeça e o triângulo amoroso que se anunciou em "Lua Nova", torna-se ainda mais intenso e complicado.

Aliás, uma boa parte da graça de Eclipse é observar a interação das três pontas do triângulo, com diálogos divertidos que ajudam a dar leveza a uma história que pode até ser um pouco decepcionante se considerarmos que acontece muito pouco neste capítulo da Saga.

Outro detalhe interessante são os flashbacks que mostram as origens de alguns dos outros vampiros do clã Cullen, ajudando a situar no contexto da obra aqueles que acompanham a Saga apenas via cinema.

A direção de Eclipse ficou nas mãos de David Slade, que tem em seu currículo a boa adaptação dos quadrinhos "30 Dias de Noite", não por acaso uma história de vampiros, mas do tipo mais violento, com muito sangue e vísceras.

Enquanto isso, em Eclipse, os vampiros são puro autocontrole, praticamente assexuados, aliás, como convém às convicções religiosas da autora da série.
E isso significa nada de sexo antes do casamento... resta apenas Jacob, sempre sem camisa, exibindo seus músculos muito bem torneados... muito pouco e quase sem sal, para quem esperava ver nas telas mais hormônios adolescentes em "ebulição".

terça-feira, 8 de junho de 2010

Game Príncipe da Pérsia chega aos cinemas



Baseado no famoso game homônimo "Príncipe da Pérsia" jamais esconde suas origens. Em cenas grandiosas, especialmente as de seu protagonista, o príncipe Dastan (Jake Gyllenhaal), apresenta acrobacias fantásticas e só realmente possíveis nas telas de jogos.

Já o pano de fundo do roteiro repete uma história conhecida de todos, uma nação poderosa envia seus exércitos sobre um pequeno, mas importante país liderado por Tarmina uma princesa/sacerdotisa (Gemma Aterton) usando como desculpa a existencia de armamentos que ameaçavam seu Império.

Mas como na história recente do Iraque, as alegações são apenas uma farsa montada pelo poderoso império para tomar posse de um valioso tesouro protegido pela sacerdotisa.

Claro que o príncipe, originalmente um pobre garoto de rua recolhido pelo rei Sharaman (Ronald Pickup), também é traído pelas reais intenções de seu império e acaba ajudando a princesa/sacerdotisa a cumprir sua missão de proteger uma adága mágica dos homens maus que a desejam e podem causar a destruição do mundo se a conseguirem.

No caminho dos dois ainda aparece um divertido sheik (Alfred Molina), que com suas confusões ajuda a criar uma boa dose de risadas, mesmo sendo, a princípio, um dos vilões da história.

Mas a maior novidade desta eletrizante aventura é mesmo a direção do top de linha Mike Newell, uma espécie de adição luxuosa a uma produção que provavelmente dá o pontapé inicial a uma nova franquia do grande Jerry Bruckeheimer, o produtor de nada menos que "Piratas do Caribe".

Sua presença garante uma belíssima fotografia para distrair os olhos entre uma luta e outra, porém não chega a emprestar à Gyllenhaal o maior diferencial da outra franquia da Disney, o carisma de Johnny Deep.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Fúria de Titãs - Estreia remake de filme cult da década de 80



Em meados das décadas de 80 e 90, uma das mais cultuadas atrações da tradicional "Sessão da Tarde", na TV Globo era uma aventura bem pouco usual.

"Fúria de Titãs" trazia personagens da Mitologia Grega vivendo uma grande aventura, com muitos efeitos especiais que envolviam diversos monstros feitos através da técnica stop-motion.

Dirigido por Ray Harryhausen, o filme tornou-se um cult por alguns detalhes como as presenças estelares de Laurence Olivier, Ursula Andress e Maggie Smith e o próprio roteiro divertido por si mesmo, que sem a pretensão dos grandes épicos das décadas anteriores tornou-se uma obra inesquecível para uma geração que hoje em dia está com seus 30 e tantos anos.

Um fime tão marcante que foi escolhido pelo diretor Louis Leterrier para voltar aos cinemas neste momento muito especial em que a tecnologia permite ousadias ainda maiores como o 3D e o público cinematográfico exige aventuras cada vez mais eletrizantes e cheias de adrenalina.

Mas embora a história seja a mesma, a da luta de Perseu (Sam Worthington), um semi-deus, para evitar que os deuses ciumentos e vingativos destruam a humanidade e a tecnologia tenha dado aos seus tantos monstros uma maior credibilidade, o novo filme não tem o mesmo charme do original e mesmo com a presença de grandes atores como Liam Neeson e Ralph Fiennes, acaba perdendo na comparação com clássico dos anos 80.

Não que seja um filme ruim, pelo contrário, tem uma bela fotografia complementada por bons efeitos especiais em 3D; por isso é bem provável que por aqui também obtenha bons resultados nas bilheterias e faça sucesso principalmente entre os mais jovens, porque será muito mais difícil convencer aqueles que viram o clássico da década de 80, mesmo com seus efeitos especiais meio toscos, de que se trata da mesma coisa.

Para estes, certamente, as lembranças das tardes na frente da telinha sempre serão muito mais doces.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Planeta Cinema é um dos indicados ao prêmio Top Blog 2010



É com grande alegria que comunico a todos os leitores e amigos que o Planeta Cinema foi indicado e concorre ao prêmio Top Blogs 2010, na categoria Cultura.

O Top Blog já nasceu importante e prestigiado como iniciativa da MIXMD, divisão de comunicação digital da MIX Comunicação: Rádio, TV, Internet que pertence ao Grupo OBJETIVO/UNIP, o maior grupo de educação do País.

Nesta sua segunda edição, ele tem como tema a Sustentabilidade; uma questão super importante que necessita de muita discussão e cuidado para que o nosso planeta continue vivo e belo para sempre.

Depende dos poderosos, mas também da gente: tudo começa com pequenas atitudes do nosso dia-a-dia, como consumo responsável, reciclagem e continua com coisas cada vez maiores como o voto consciente, a atenção a tudo o que acontece ao nosso redor e, claro, a cobrança de uma política de meio ambiente responsável.

A gente ganha e o planeta ganha também. E falando em ganhar, o prêmio Top Blogs é um enorme incentivo ao meu trabalho e um sinal para lá de positivo de que a estrada escolhida é a certa. É maravilhoso ter recebido uma indicação, mas será melhor ainda ganhar!

E para isso preciso da sua ajuda, cliquem no Banner que está publicado aí no lado esquerdo da página e depois confirmem seu voto, é rápido, fácil e vai ajudar o Planeta Cinema a chegar ao topo, do Top Blos 2010.Conto com vocês!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Alice de Tim Burton chega finalmente aos cinemas brasileiros



Um dos filmes mais aguardados de 2010, a versão de Tim Burton para o clássico de Lewis Carroll chega aos cinemas brasileiros depois de uma performance tão boa nas bilheterias pelo mundo afora, que conseguiu o feito de colocar a produção no topo da lista dos maiores sucessos de sua produtora, a Walt Disney Pictures.

Mas isso não significa exatamente que ele atende às altas expectativas nele depositadas, com uma mão pesada e um estilo visual muito característico, o diretor Burton parecia até uma escolha óbvia para recriar o mundo de sonhos da literatura de Carroll com seus personagens amalucados e seus cenários psicodélicos.

E para garantir ainda mais a originalidade da nova versão, optou-se por uma história que foge do clássico mais conhecido e adaptado de Carroll e enfoca duas "sequências" mais obscuras dele: "As Aventuras de Alice no País das Maravilhas" e "Alice no Outro Lado do Espelho", devidamente transformados em roteiro por Linda Woolverton, uma veterana dos Estúdios Disney, que já tinha em seu currículo dois grandes sucessos: "O Rei Leão" e "A Bela e a Fera".

Assim, a Alice de Burton, não é mais uma garotinha, ela cresceu e agora é vivida pela atriz australiana Mia Wasikowska, que aos 19 anos enfrenta uma situação bem delicada, em plena era vitoriana e com problemas financeiros, está prestes a ser pedida publicamente em casamento, mas acaba avistando o coelho branco (Michael Sheen) e o segue pelo campo, caindo mais uma vez no buraco que é a porta de entrada para a Underland (submundo em português), o nome correto da Wonderland (País das Maravilhas) de seus sonhos da infância.

Lá, ela reencontra todos os personagens de seus velhos sonhos, aguardando por ela; entre eles, o Chapeleiro Louco intepretado por Johnny Depp reeditando pela sétima vez a sua parceria de sucesso com o diretor Burton, em uma participação que embora tenha tido seu destaque maximizado na trama, ficou bem aquém dos resultados de "A Fantástica Fábrica de Chocolate", por exemplo.

A população da Underland precisa da ajuda de Alice porque está em plena guerra contra a Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter) e existe até uma profecia que diz que a garota seria a única capaz de derrotar o terrível Jabberwocky (Christopher Lee).

Adaptado para o 3D, o filme tem em seus efeitos visuais o ponto mais alto, mas não chega a ser a obra-prima que se esperava; mesmo assim é ainda uma boa desculpa para ir até o cinema passar umas horas divertidas.

domingo, 18 de abril de 2010

Boa química entre os atores garante as risadas em Caçador de Recompensa



Em tempos de crise econômica, nada melhor para Hollywood do que juntar na tela atores de grande apelo popular, que juntos teoricamente atraem um grande público em uma trama simples, que fará as pessoas rirem, só pela perspectiva da situação.

É o caso deste "Caçador de Recompensas", uma comédia romântica que traz Jennifer Aniston como Nicole Hurley, uma repórter investigativa tão envolvida com seu trabalho que perde uma audiência com um juiz e por isso, acaba na condição de procurada pela polícia.

E não teria maiores problemas para continuar desvendando um complicado caso de corrupção policial se não fosse seu ex-marido Milo (Gerard Butler), que, demitido da polícia, ganha a vida entregando fugitivos da justiça em troca de recompensas e comemora a chance de colocar a ex em sua lista de capturas.

As fugas, confusões e correrias estão garantidas, bem como as piadas que envolvem casamento e divórcio, nada de muito elaborado, mas certamente com a graça garantida pela boa química entre os atores.

O filme dirigido por Andy Tennant, um veterano com larga experiência no gênero comédia romântica, acompanha todas as confusões criadas pela situação inusitada e divertida e é uma boa pedida para quem vai ao cinema atrás de uma distração leve, sem maiores complicações.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Terror Caso 39 tem bons sustos e elenco excepcional



O diretor alemão Christian Alvart passou recentemente pelos cinemas brasileiros com a criativa ficção científica "Pandorum" e agora retorna com um terror apenas razoável.

"Caso 39" conta a história de Emily Jenkins (Renée Zellweger), uma assistente social que trabalha basicamente com crianças vítimas de abuso e que recebe ordens de investigar um possível caso de abuso de uma garotinha chamada Lilith
(Jodelle Ferland), que aparentemente estava sendo maltratada pelos pais.

Mas após flagar os pais da garota tentando matá-la, Emily envolve-se emocionalmente no caso e decide adotar a criança.
Mas, como no caso do terror recente "A Órfã", a tal garotinha pode não ser exatmente aquilo que Emily imagina.

Com uns pares de sustos razoáveis e um elenco de primeiro time, "Caso 39" está longe de ser uma obra-prima e talvez por isso, demorou tanto para chegar aos cinemas, já que teve sua estreia nos EUA postergada por vários meses.

Mesmo com o adiament, o flme teve uma recepção negativa, tanto d crítca como de público e o resutado foi uma arrecadação bem discreta nas bilheterias.

De qualquer forma, vale como curiosidade para conferir a versatilidade da ótima atriz Renée Zellweger, que além de uma comediante excepcional, provou que também pode fazer terror.

Mas já aconselho para ir rápido aos cinemas, porque é muito pouco provável que o filme consiga ficar em cartaz por muito tempo.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Show de imagens para contar história de pioneira da aviação



A fotografia é a melhor coisa desta cinebiografia de uma das pioneiras da aviação a americana Amelia Earhart, que como piloto passou toda a vida em busca de desafios cada vez mais difíceis, até desaparecer no mar durante o maior deles, em 1937, em algum lugar entre a Nova Guiné e a California, no trecho final de sua tentativa de voar ao redor do mundo.

Com a oscarizada Hillary Swank, no papel título e Richard Gere como George Putnam, editor e marido da aviadora, o filme de Mira Nair traduz em belíssimas imagens aéreas cada uma de suas aventuras.

Em uma época em que não havia muita tecnologia com que contar, a coragem e a vontade eram os maiores recursos nas mãos de Earhart, que assumia sempre posições consideradas muito modernas para sua época, entre as décadas de 20 e 30, do século XX.

Feminista e independente, Amelia tem até mesmo uma relação amorosa fora do casamento com Gene Vidal (Ewan McGregor), um executivo da área de aviação e pai do escritor Gore Vidal.

Reconhecida em sua época, cortejada por políticos e com uma imagem de heroína em seu país, a piloto só parecia estar realmente a vontade, quando voava.

Vale também observar a incrível semelhança física entre a verdadeira Amelia Earhart e Hillary Swank, que aparece no filme, quase sem maquiagem, retratando alguém que aparentava não ter qualquer preocupação com moda ou glamour, mas que certamente tinha um estilo próprio.

O que é mais incrível é que só agora Hollywood tenha se lembrado de uma personagem com uma trajetória tão fascinante que há muito tempo precisava ser recontada para as novas gerações.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Nem a presença de Denzel Washington salva "O Livro de Eli"



O mundo acabou há 30 anos, mas os poucos humanos que sobreviveram enfretam agora uma época de luta pela sobrevivência, onde água, comida e os restos da época em que ainda existia uma civiização, são bens preciosos disputados em batalhas mortais.

E neste cenário de horrores, em uma pequena vila que ainda reúne um grupo de humanos, aparece repentinamente Eli (Denzel Wahington) um estranho andarilho, que logo chama atenção de Carnegie (Gary Oldman), o líder de uma gangue de bandidos que vivem de atacar qualquer pessoa que cruze seu caminho.

Curiosamente, os bandidos de Carnegie têm ordens de procurar e recolher todos os livros que caírem em suas mãos pois o chefe busca um determinado livro que, segundo ele, teria poderes muito especiais e seria capaz de transformá-lo no homem mais poderoso da Terra.

Enquanto isso, Eli, não quer saber de encrenca, já que em algum momento do passado ele recebeu como missão carregar exatamente o livro que Carnegie procura a um lugar específico no Oeste.
Sendo que sua chegada a este lugar seria a última chance de salvação da humanidade.

Dirigido a quatro mãos pelos irmãos Albert Hughes e Allen Hughes, o filme até que tem um visual interessante, com as cores propositadamente modificadas, para tons acobreados, que aumentam ainda mais a sensação de desolação.
Além disso, todos os personagens usam estilosos óculos escuros quando estão fora das construções, para evitar perder a visão sob um sol escaldante.

A novata Mila Kunis faz o papel de Solara, a mocinha que decide ajudar o heroi em sua importante missão.

As lutas que acontecem são no melhor estilo kung fu. Apesar do visual e do estilo, não há o que salve este western pós-apocalíptico da tolice de seu roteiro e me espanta ver atores consagrados e respeitados como Denzel Washington e Gary Oldman participando de um projeto tão ruim.

Especialmente Denzel Washington, que se comprometeu tanto com a produção, a ponto de fazer aulas de lutas marciais para dispensar o uso de dublês nas inúmeras cenas de batalha.

"O Livro de Eli" entra com méritos próprios na lista dos piores filmes já produzidos da História do Cinema e só não consegue ganhar de "Waterworld" (1995), o pior de todos, porque tem apenas 118 min. de duração, contra os 135 min. do filme de Kevin Costner.

É... pensando bem... poderia ser pior.

quinta-feira, 18 de março de 2010

"Criação" traz o lado humano de Darwin para as telas



Desde a pulicação do seu trabalho mais importante: "A Origem das Espécies"(1859), o cientista Charles Darwin é visto por religiosos de diversas linhas como alguém cujas ideias devem ser combatidas a qualquer custo, todo o tempo, sempre sob a impressão e temor de que elas são capazes de desviar as multidões dos supostos caminhos da fé.

E esta talvez seja a maior razão para um personagem tão importantante para a ciência e, com uma história de vida tão rica e interessante para a própria humanidade, ter ficado até o século XXI fora do alcance do Cinema e da popularização que ele pemite.

Mas uma cinebiografia mais tradicional não teria muita chance, por isso entra em cena o livro "Annie’s Box", escrito por Randal Keynes, tataraneto de Darwin que coloca o enfoque no impacto das descobertas do cientista sobre sua vida familiar.

Com roteiro adaptado para o cinema por John Collee, a história que o filme de Jon Amiel conta é a de um Charles Darwin (Paul Bettany) deprimido após a morte de sua filha mais velha Annie (Martha West), que simplesmente reúne todos os dados de sua pesquisa em um grande baú de madeira, enquanto busca dentro de si mesmo as razões para publicá-lo.

E estas razões são explicadas em visões, devaneios, flashbacks e até mesmo alucinaçoes do cientista que tem como uma das maiores críticas de seu trabalho, a própria esposa Emma (Jennifer Connelly), que já era religiosa e torna-se ainda mais fanática após a morte da filha.

Vale destacar o trabalho da pequena atriz estreiante Martha West, que com apenas 10 anos de idade rouba todas as cenas em que participa e já demonstra aquele carisma que só as grandes estrelas costumam ter.

Sem qualquer compromisso didático de explicar a chamada Teoria da Evolução, "Criação" é um retrato humano e honesto, embora a primeira vista um pouco confuso de um cientista genial que em alguns círculos continua polêmico, mas que foi e ainda é essencial para tentar começar a compreender a verdadeira natureza do mundo em que vivemos, um dos mais importantes desafios da humanidade.

quarta-feira, 10 de março de 2010

"Brilho de Uma Paixão" traduz em imagens a poesia de John Keats



Um dos maiores poetas da língua inglesa, John Keats recebe uma cinebiografia a sua altura. Dirigido e roteirizado por Jane Campion de "O Piano" (93), o filme acompanha o envolvimento de Keats (Ben Whishaw) com Francis "Fanny" Browne (Abbie Cornish), que conheceu Keats através de amigos de sua família e mais tarde, passaria a ser sua vizinha, alugando parte da casa que o poeta dividia com o amigo Charles Brown (Paul Schneider).

Na história real, Fanny tinha uma relação especial com a costura e o filme não só se refere à ela, como a usa como desculpa para dar à personagem um belíssimo guarda-roupa, com vestidos e chapéus sofisticados, criados por Janet Patterson, que renderiam até uma indicação ao Oscar de Melhor Figurino.

Jovem, bonita e agitada, Fanny frequentava a sociedade local e isso incluia participar constantemente de festas e bailes, atividades que vão perdendo a graça e o interesse para a garota a partir do momento em que ela conhece o sofrido poeta e passa a visitá-lo, tomando seus livros emprestados e pedindo a ele, mais tarde, aulas sobre poesia.

Keats inicialmente nem presta muita atenção na garota, pois passa a maior parte do tempo cuidando do irmão Tom (Olly Alexander), moribundo, com tuberculose. Sem recursos, os dois irmãos são sustentados por Brown.

Após a morte de Tom, John passa a morar com Charles, e logo, os dois recebem também a família Brawne. Sob o mesmo teto, o romance finalmente floresce e Fanny torna-se a musa do poeta e inspiração para o belo poema "Bright Star", que dá título e é citado no filme, mas as convenções da época e a doença de Keats acabam atrapalhando as intenções do casal.

Além da beleza dos textos de Keats, também existe a beleza natural dos cenários onde o romance acontece e uma parte considerável do prazer de acompanhar esta trágica história de amor está no visual das paradisíacas paisagens inglesas e seus jardins, de flores do campo de cores muito vivas.

O tom é contemplativo, o texto, muita vezes, literário, e o filme foge completamente dos padrões a que nos acostumamos nos últimos tempos; mas a interpretação do casal central e o belíssimo visual tornam a história real de "Brilho de uma Paixão" uma obra imperdível, que deve agradar principalmente aos mais românticos.

O "O Brilho de Uma Paixão" chega aos cinemas brasileiros no dia 14/05.

sábado, 6 de março de 2010

Palpites para o Oscar 2010 - Quem vai levar a estatueta para casa?



A festa do Oscar acontece amanhã em Los Angeles, esta já é a 82ª edição e muita gente que gosta e se interessa por cinema não consegue mais segurar a ansiedade.

Com a nova regra de indicação de 10 candidatos para melhor filme, prever quem levará a desejada estatueta para casa ficou ainda mais difícil.

Para ajudar todo mundo que ainda está meio perdido com tantos candidatos, estou publicando aqui a lista com as minhas apostas deste ano, com algumas observações extras que cabem para aquela categoria específica.

Ah! As categorias que ficaram de fora em minha lista, como a de Documentários, por exemplo, foram as que contem filmes que ainda não vi e por isso, não pude opinar.

E por falar em opinião, clicando no nome dos filmes, dá para acessar as reviews publicadas aqui e no Pipocando Online.

E aí leitores? Viram todos os filmes? Concordam? discordam? Tem outros palpites?

Ator

Vai Ganhar: Jeff Bridges (Coração Louco)
Merecia Ganhar: Colin Firth (Direito de Amar)

Ator Coadjuvante

Vai Ganhar: Christoph Waltz (Bastardos Inglórios)
Merecia Ganhar: Matt Damon (Invictus)

Atriz

Esta é uma categoria que deveria terminar empatada, já que as duas merecem o prêmio:

Sandra Bullock (Um Sonho Possível)
Meryl Streep (Julie & Julia)

Atriz Coadjuvante

Mo'Nique (Preciosa)

Animação

Up - Altas Aventuras

Direção de Arte

Avatar

Fotografia

Vai Ganhar: Bastardos Inglórios

Merecia Ganhar: A Fita Branca

Figurino

Vai Ganhar: Jovem Vitória
Merecia Ganhar: Coco Antes de Chanel

Direção

Outra categoria complicada, mas uma das mais importantes.
Não podemos esquecer que a Academia tem seus fatores políticos que acabam influenciando (e muito) algumas escolhas. Por isso:

Merecia Ganhar: James Cameron (Avatar)
Vai Ganhar: Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror)

Montagem

Guerra ao Terror

Filme Estrangeiro

Merecia Ganhar: O Segredo de Seus Olhos (Argentina)
Vai Ganhar: A Fita Branca (Alemanha)

Maquiagem

Star Trek

Trilha Sonora Original

Up - Altas Aventuras

Canção

"The Weary Kind" (Coração Louco)

Som

Avatar

Efeitos Sonoros

Avatar

Efeitos Visuais

Avatar

Roteiro Adaptado

Vai Ganhar: Amor Sem Escalas
Merecia Ganhar: Educação

Roteiro Original

Vai Ganhar: Bastardos Inglórios
Merecia Ganhar: Um Homem Sério

Melhor Filme

Até onde sabemos, geralmente quem ganha melhor diretor, também ganha melhor filme.
Quando a Academia resolveu indicar 10 filmes para concorrer a esta categoria, muita gente criticou dizendo que os 5 filmes que ficaram de fora da indicação de direção, não têm a menor chance de levar o prêmio.
Estou apostando que neste ano, o prêmio de melhor filme não coincidirá com o de melhor diretor, assim:

Poderia ganhar: Guerra ao Terror
Vai ganhar: Avatar

O Amor Acontece é entretenimento acima da média



O psicólogo Dr. Burke Ryan (Eckhart), escreve um livro que ensina como lidar com as perdas que faz muito sucesso e se transforma em best seller.

Aproveitando o sucesso, Burke transforma-se em uma espécie de guru e passa a fazer seminários pelo país sobre o assunto e sempre muito ocupado, indo para todos os lugares ele busca distanciar-se de seus próprios sentimentos e de sua dificuldade para lidar com a perda da esposa, que morreu em um acidente de carro.

Mas uma viagem para Seattle, a cidade natal da esposa, despertará em Burke lembranças e sentimentos que ele ensina seus alunos a esquecer.

Tentando lidar com o momento difícil, ele conhece Eloise (Jennifer Aniston), uma florista que trabalha para o hotel onde se hospeda, e ela, aos poucos, o convence a encarar seus sentimentos de frente.

Com uma história simples, este pequeno e simpático filme do diretor Brandon Camp até que tem boas intenções ao retratar um assunto que ainda carrega um certo tabu, já que é relativo a morte e como lidar com a perda de pessoas próximas e queridas.

Aaron Eckhart está muito bem como o viúvo vivendo o conflito de sentir-se uma fraude, já que tem uma grande dificuldade de viver o que prega, assim como Jennifer Aniston, que vive com uma certa graça a mulher que já está cansada de envolver-se com os homens errados e desta forma, foge de qualquer novo interesse amoroso.

A boa química entre os dois e também a ótima participação do veterano Martin Sheen, como o ex-sogro de Burke tornam o flme bom entretenimento.

Não é exatamente uma obra-prima, mas está bem acima da média de muitas das bobagens que têm chegado aos cinemas nos últimos tempos.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Idas e Vindas do Amor é comédia romântica, mas não tem sal nem açúcar



No papel, não tinha como perder: um elenco top de linha reunido pela primeira vez para fazer uma comédia romântica com múltiplas histórias versando sobre uma das datas de maior apelo comercial do mundo e dirigido por alguém que tem uma larga experiência dentro do gênero; o tipo de investimento no qual até o mais cuidadoso dos investidores apostaria seu último centavo de ohos fechados na certeza de lucro.

Mas faltaria um detalhe: e alguém já disse que o diabo mora neles e no caso deste "sucesso certo" ele está no roteiro. Talvez com a boa aceitação de filmes como a simpática produção britânica "Simplesmente Amor" em mente, e aproveitando o elenco numeroso, a ideia de várias histórias de amor que se desenrolam no Dia dos Namorados não seria ruim de todo, se não fosse exatamente a questão do excesso de histórias.

Por ter gente demais no elenco, nenhuma das histórias temina bem mostrada, tudo é tão corrido que gente maravilhosa como Kathy Bates, não fica mais do que três minutos em cena e daí você acaba se perguntando para que chamar uma atriz tão boa se sua personagem não terá tempo para dizer mais do que três frases?

E esta talvez seja a maior causa de "Idas e Vindas do Amor" tornar-se, na prática, uma grande decepção para o público; com muitas histórias acontecendo paralelamente nenhuma tem chance de convencer na tela e fica tudo muito superficial e previsível.

Garry Marshall bem que tenta, mas o filme não decola e a simpatia de algumas cenas e situações é logo colocada a perder pelo rodízio rápido para outra história, pela estupidez do politicamente correto ou por outra razão qualquer que torna a produção morna, sem sal e sem açúcar.

Uma pena que em mais de duas horas de filme a única coisa com algum valor seja uma breve cena onde vemos Shirley MacLaine dançando com Hector Elizondo em um cinema ao ar livre.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Lunar é sopro de ar fresco na Ficção Científica



O filme de estreia do diretor Duncan Jones, Lunar, tem chamado atenção dos cinéfilos em todos os lugares em que foi exibido e colecionado indicações e prêmios importantes como o BAFTA de Melhor Revelação.

Baseado e uma história do próprio Duncan, o filme mostra em um futuro próximo, um homem chamado Sam Bell (Sam Rockwell), às vésperas de completar uma temporada de três anos em uma base na Lua, trabalhando para uma empresa, onde opera grandes máquinas que extraem um tipo de gás da amosfera lunar, que por sua vez é levado até a Terra, onde é utilizado como fonte de energia.

A comunicação com a Terra é mínima e por isso, a única companhia de Sam é a voz humana do computador que controla a base chamado Gerty (Kevin Spacey) e Sam já conta as horas para reunir-se com sua família na Terra quando um acidente com uma das máquinas de captação do combustível o deixa desacordado.

O computador o salva, mas dali em diante, o astronauta passa a achar que está sofrendo alucinações quando encontra com uma cópia exata dele mesmo trabalhando com ele na base.

Com uma boa dose de mistério e estranheza, a verdade vai sendo revelada aos poucos ao público que acompanha com aflição suas descobertas.

No Brasil, Lunar saiu direto em DVD, sem passar pelos cinemas, o que é uma pena, já que para os espectadores esta prática costuma ser um indício de que se trata de uma obra menor, sem importância e desta forma, o filme acaba ignorado pelo grande público.

Mas vale conferir esta perturbadora obra que faz referência visual a clássicos do gênero como "2001 - Uma Odisséia no Espaço", "Solaris" e "Alien" e estilosamente se recusa a entregar nas mãos do espectador qualquer solução óbvia.

Uma curiosidade interessante é que o diretor Duncan Jones é filho de David Bowie um artista que já encarnou nas telas e em seus shows diversos alienígenas.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Educação - (An Education - 2009)



Com a ainda bem comportada Londres do início da década de 60 como cenário, o filme Educação mostra a história de Jenny (Carey Mulligan), uma garota de apenas 16 anos, no último ano do equivalente ao nosso ensino médio, bem comportada e com notas suficientemente boas para pretender uma vaga em Oxford, como sonha seu pai Jack (Alfred Molina).

Mas como toda adolescente, ela também tem sua dose de rebeldia que no seu caso, se manifesta por sua paixão pela cultura francesa e por um desejo quase incontrolável de ter acesso a uma vida mais independente e glamurosa.

E tudo isso "cai em seu colo" quando o charmoso trintão David (Peter Saasgard) aparece em sua frente para resgatá-la de um temporal e de uma forma mais definitiva, de sua vida sem graça de estudante certinha, para uma vida adulta muito mais intensa e colorida.

E dos conflitos da ingênua Jenny, dividida entre seguir com os planos de ir para Oxford ou simplesmente ser feliz imediatamente, surge a discussão do valor da educação, em uma época em que a mulher não costumava mesmo sentir muita falta do diploma universitário, mas era quase imperdoável não ter um marido ao seu lado.

A jovem Carey Mulligan oferece uma interpretação de "gente grande", contracenando de igual para igual com atrizes experientes e brilhantes como Olivia Williams e Emma Thompson.

Dirigido por Lone Scherfig, o filme é baseado no livro autobiográfico da Lynn Barber e foi adaptado por Nick Hornby, o que garante uma qualidade superior nos diálogos. Além disso, a direção de arte recria brilhantemente o visual da época, com figurinos belíssimos, que representam uma atração extra.

"Educação" recebeu três indicações ao Oscar 2010: de Melhor Filme, Atriz (Carey Mulligan) e Roteiro Adaptado.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Conheça a Matrix do século 21: A Origem



Uma ficção científica, estrelada por Leonardo DiCaprio, deve chamar atenção nos cinemas neste ano.

Trata-se de "A Origem" (Inception), que conta a história de uma empresa de tecnologia que desenvolveu uma maneira de penetrar na mente das pessoas através da observação dos sonhos.

O recurso é utlizado para espionagem e Dicaprio, presidente de uma empresa de arquitetura, resolve contratar os serviços para descobrir os segredos de um rival.

Com visual estiloso, o filme tem roteiro e direção de Christopher Nolan (Batman Cavaleiro das Trevas) e já está sendo chamado de Matrix do Século XXI.

Além de Leonardo Dicaprio, "A Origem" também tem em seu elenco Ken Watanabe, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard, Ellen Page, Tom Hardy, Cillian Murphy, Tom Berenger, Michael Caine e Lukas Haas.

O filme chega aos cinemas americanos o dia 16/07. No Brasil, a estreia está agendada para 06/08.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Estúdios apostam no intervalo do Superbowl para divulgar suas grandes produções

Ontem aconteceu nos EUA o Suberbowl, a final do campeonato de Futebol Americano que tem a fama de ser o evento esportivo de maior audiência do ano e traz sempre algumas atrações extras mesmo para quem não dá a mínima para o esporte.

Uma delas, foi o show do intervalo, da banda veterana "The Who", que apresentou um medley dos grandes sucessos que marcaram seus 46 anos de carreira, mas se no repertório não houve novidades, no visual, com um palco redondo que funcionava como um telão, cheio de recursos tecnológicos ainda inéditos no showbiz, deixou o público do mundo inteiro boquiaberto.

Outra tradição do Superbowl é seu intervalo comercial com spots inéditos, caros e super caprichados.
Claro que neste ano em que o cinema planeja grandes estreias, nada menos do que 7 trailers inéditos de super produções muito aguardadas foram para o ar. Clique nos players a seguir e confira o show de imagens dos filmes que darão o que falar em 2010:














sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Clássico do terror ganha nova versão



O romance clássico de horror gótico de Oscar Wilde ganha mais uma adaptação cinematográfica, desta vez, dirigida por Oliver Parker, que já tem uma larga experiência na tarefa de levar às telas as obras do escritor: "O Marido Ideal" (1999) e "Armadilhas do Coração" (2002), são peças do escritor muito bem adaptadas para o cinema.

Na Londres vitoriana, o jovem Dorian Gray (Ben Barnes), assume a fortuna que herdou e ao chegar em sua mansão, conhece um velho amigo do avô: Lord Henry Wotton (Colin Firth), que com sua filosofia hedonista, influencia o jovem ingênuo e o leva a uma vida onde a busca pelo prazer passa a ser a única prioridade.

Em uma festa, o jovem conhece o pintor Basil Hallward (Ben Chaplin), que se encanta imediatamente com a beleza de Dorian e começa a pintar seu retrato.

Convencido por Lord Wotton que beleza e juventude são as únicas características que realmente valem a pena na vida, Dorian acaba inadvertidamente fazendo um pacto que garantirá que seu retrato envelheça por ele.

Quando seu romance com uma atriz de teatro (Rachel Hurd-Wood) se transforma em uma tragédia, mais uma vez pela influência maligna de Wotton, Dorian cai de vez em uma vida de excessos de todos os tipos; partindo para uma viagem que dura 20 anos.

Ao voltar para Londres, Dorian encontra mais uma vez o amor em Emily (Rebecca Hall), filha de Lord Wotton, e procura por redenção de seus muitos pecados, mas já pode ser tarde demais para isso.

O resultado é um filme bem acima da média, especialmente na performance dos atores, Colin Firth, um ator muitas vezes subestimado, está perfeito como o Lord devasso, que estimula o jovem Dorian a realizar as fantasias que não tem coragem de realizar.

Com um clima bastante denso, "O Retrato de Dorian Gray" ainda tem uma carga literária extra, para quem se interessa pelo assunto, mas também consegue agradar quem nunca sequer ouviu falar em Oscar Wilde.

Uma ótima produção que estreiou pelo mundo afora no final de 2009, mas que ainda não tem uma previsão de sua exibição nos cinemas brasileiros.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Filmes de 2010: The Blind Side




A presença de Sandra Bullock em uma produção quase sempre significa que se trata de um daqueles filmes para simples entretenimento, uma espécie de momento "Sessão da Tarde", para rir um pouco e esquecer da vida por um par de horas, até dobrar a esquina, na saída do cinema.

Mas sua indicação como melhor atriz dramática pelo filme "The Blind Side" (ainda sem nome em português) e vitória; dá pistas de que não estamos diante de seu habitual.

Em um roteiro adaptado a partir do livro "The Blind Side: Evolution of a Game", de Michael Lewis; que por sua vez conta a história real com jeito de fábula de Michael Oher (Quinton Aaron) um adolescente negro, filho de uma viciada em drogas; que consegue uma bolsa de estudos em uma escola Cristã, por insistência do professor de ginástica da instituição que enxerga nele, se não as habilidades, pelo menos o tamanho de um possível futuro atleta.

Mas as coisas acabam piorando para o garoto, quando todas as pessoas que costumam dar-lhe abrigo desaparecem e bem na véspera do Dia de Ação de Graças, ele fica vagando perto da escola, chamando a atenção da milionária Leigh Anne Tuohy (Sandra Bullock), mãe de dois alunos, que acaba convidando Michael para passar a noite na casa dela.

Percebendo a situação terrível do garoto, Leigh e sua família o convidam para morar com eles e vão ajudando até que ele se revele como um verdadeiro talento no Futebol Americano e, desta forma, receba convites de inúmeras universidades americanas para continuar seus estudos.

Para quem não está habituado ao Futebol Americano, o título do filme faz referência a função de um jogador de defesa, que é encarregado de proteger o Quarter Back, o equivalente ao "centro avante" do futebol, de ataques de jogadores às suas costas, em seu chamado "ponto cego".

O diretor John Lee Hancock, por sinal, está se tornando um especialista nestas histórias excepcionais do esporte, ele já tinha em seu currículo "Desafio do Destino" (92), baseado em uma história real do beisebol e adapta para as telas mais esta outra grande história real e inspiradora.

A admirável e incompreendida atitude de uma mulher privilegiada, representante da mesma aristocracia sulista de onde saiu George W Bush e seu apoio "intelectual" e financeiro, normalmente formada por pessoas racistas e conservadoras, que inicialmente resolve estender a mão para alguém em um momento de necessidade, mas que acaba percebendo que aquilo estava fazendo bem não só para o garoto necessitado, mas também para sua família abastada.

E se a filmografia de Sandra Bullock até então não tinha muito mais do que entretenimentos leves e de fácil esquecimento a oferecer, agora ela adicionou um inesquecível exemplo de vida.

Estou torcendo que além do Globo de Ouro, o filme também renda para Sandra Bullock, sua primeira indicação ao Oscar!

"The Blind Side" ainda não tem nome em português e deve chegar aos cinemas brasileiros só no dia 26/03

domingo, 17 de janeiro de 2010

Amor sem Escalas consegue fazer rir da crise econômica



Por mais incrível que isso possa parecer Ryan Bingham (Geroge Clooney) ama o emprego que tem: viajar pelo mundo, demitindo pessoas.

E em época de crise econômica, em que as empresas encolhem assustadoramente e o desemprego é algo tão ou mais assustador do que o próprio terrorismo para os americanos, Ryan quase não volta para casa, o que na verdade é o seu objetivo de vida, passar todo o seu tempo circulando pelos ambientes de temperatura amena e controlada de aviões, quartos de hotel e salas VIP.

Por trás deste gosto, estranho para a maioria, existe um desejo de manter-se distante de qualquer tipo de envolvimento emocional ou compromisso familiar; um desejo tão grande que se transforma em filosofia de vida, compartilhada com outras pessoas, em palestras motivacionais que Ryan promove pelo país; mas tudo está prestes a mudar.

Quando está muito próximo de conseguir realizar um grande sonho: um cartão de milhagem que menos de uma dezena de pessoas conseguiram obter, sua empresa resolve testar as ideias de Natalie Keener (Anna Kendrick), uma jovem funcionária que tem a certeza de que todo o trabalho pode ser feito via videoconferencia, o que eliminaria a necessidade de novas viagens dos funcionários.

Mas na estrada, Natalie percebe que as coisas não são exatamente como imaginava, enquanto Ryan começa a perceber o vazio de uma vida sem compromissos.

Dirigido por Jason Reitman, que também participou na adaptação do roteiro a partir do livro homônimo de Walter Kirn, o filme é uma boa surpresa e dos criativos créditos de abertura até os letreiros finais, tudo funciona perfeitamente.

Da química entre os atores e aí, não só é divertido ver George Clooney reclamando entre dentes da novata sem noção muito bem retratada por Anna Kendrick, em uma preformance surpreendente para quem já se acostumou a vê-la apenas como a colega de escola de Bella na saga Twilight; mas também sua interação romântica com Alex Goran (Vera Farmiga), que pode ser vista inicialmente como uma versão feminina de Ryan.

Leve, divertido e inteligente, o novo filme de Reitman recebeu 6 indicações para o Globo de Ouro (melhor diretor, filme categoria Drama, ator, 2 indicações para atriz coadjuvante e roteiro) e é considerado presença certa na lista de indicados ao Oscar deste ano.

"Amor sem Escalas" estreia no Brasil no dia 22/01.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Versão de Werner Herzog para Vício Frenético chega aos cinemas



O remake de uma produção pouco conhecida, mas com ar de filme cult, da década de 90, que foi dirigida por Abel Ferrara e protagonizada por Harvey Keitel é o trabalho mais recente do festejado diretor alemão Werner Herzog.

"Vício Frenético" conta a história de um policial que começa como herói: o tenente Terence McDonagh (Nicolas Cage) salva presos de uma delegacia alagada pelo Furacão Katrina, em New Orleans.

Mas seu heroismo, que rende uma condecoração ao policial, acaba se tornando a razão de sua desgraça, com um ferimento grave nas costas, McDonagh acaba viciado em drogas contra a dor.

Sua personalidade estranha e complicada faz com que os problemas não fiquem por aqui.

Logo, Herzog nos leva a acompanhar o dia-a-dia do tenente em uma investigação de assassinatos de imigrantes africanos, tendo como cenário uma cidade destruída e quase tão sórdida e decadente quanto o personagem que Cage carrega com maestria.

Sua namorada, a prostituta Frankie Donnenfeld (Eva Mendes), compartilha seu gosto por cocaína, mas enquanto McDonagh vai perdendo cada vez mais a noção dos limites, ela parece encontrar abrigo e redenção no ambiente pouca coisa mais familiar da casa do pai do tenente.

Em um tom muitas vezes irônico, Herzog opta por dar ao policial corrompido um tratamento que acaba tornando-o uma figura simpática e não são poucas as ocasiões em que o público acaba torcendo por ele.

Além disso, o cineasta embarca em algumas viagens do personagem e, algumas vezes, fica difícil definir se o que estamos vendo está mesmo acontecendo, ou se trata apenas de mais um efeito das drogas.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Uma emocionante história real sobre amizade



O diretor sueco Lasse Hallström refaz com muita doçura, um filme japonês de 1987 chamado “Hachiko Monogatari”, que por sua vez, conta uma história real, acontecida no início do século XX em uma vila japonesa, mas com jeito de fábula, daquelas que servem para ensinar às crianças sobre a importância da lealdade.

Um filhote de cão da raça japonesa Akita, por acidente, perde-se em uma estação de trem na periferia de Nova York e é encontrado por um professor de música Parker Wilson (Richard Gere); que temporariamente o leva para casa, com a ideia de encontrar seu verdadeiro dono.

Mas o dono nunca aparece e o professor, mesmo contrariando a vontade da esposa (Joan Allen), resolve adotá-lo de vez.

Um colega de Parker, o professor Ken (Cary-Hiroyuki Tagawa) faz o link necessário com a cultura oriental e explica que o ideograma escrito na coleira do cãozinho significa Hachi, o número 8, que tem um significado muito especial dentro da cultura japonesa e passa a ser o nome do cachorrinho.

O tempo passa, o cãozinho cresce e desenvolve uma relação de muito afeto com seu dono, acompanhando-o todos os dias até a estação de trem, onde fica aguardando, quase imóvel, por sua volta ao final do dia.

Um belo dia, o professor não retorna do trabalho e mesmo assim, Hachi continua sua rotina, esperando por ele, por anos a fio, sempre no mesmo lugar, na estação ferroviária.

Com muita simplicidade e sem maiores apelos a pieguismos, o diretor consegue atingir em cheio o coração do público e chega a ser um desafio sair do cinema com os olhos secos.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Bons Costumes surpreende explorando um tema tradicional: a guerra entre sogra e nora



Entre a década de 20 e 30, rapaz britânico (Ben Barnes), de origens aristocráticas, conhece uma moça americana (Jessica Biel) aventureira e moderna, se apaixona e casa-se com ela.

E tudo seria perfeito na vida do casal, se não fosse um pequeno problema: logo após o casamento, o rapaz decide apresentar a noiva à sua família.

Baseada em uma peça de Noel Coward e dirigida por Stephan Elliott (Priscilla - A Rainha do Deserto), esta comédia essencialmente britânica nos transporta para o mesmo mundo em que circulavam os personagens de Jane Austen e onde 200 anos mais tarde a tradicionalíssima sociedade rural britânica, continua a mesma em essência: mantendo as aparências como prioridade sobre o conteúdo e a origem é ainda a característica mais desejável e valorizada que um ser humano pode ter.

Infelizmente, Larita (Jessica Biel) e suas atitudes modernas de garota aventureira, que ganha a vida participando de corridas de carros ao redor do mundo está muito longe dos padrões considerados ideais pela família Whittaker e a mais inconformada com a escolha do filho é a sogra (Kristin Scott Thomas), uma mulher fútil que pretende dificultar a vida da noiva o máximo que puder.

Enquanto a sogra continua focada em seus sonhos de aristocracia e superioridade, o sogro Mr Whittaker (Colin Firth) já teve sua experiência com a realidade que existe fora das festas requintadas e dos jardins bem cuidados, lutando durante a Primeira Guerra Mundial, e prefere manter distância dos constantes ataques histéricos da esposa e filhas, isolando-se na maior parte do tempo e vendo a nora como um saudável sopro de ar fresco.

Os diálogos, a química perfeita entre os atores e a graça das situações tornam este pequeno filme irresistível. Sem falar na trilha sonora, com músicas de Cole Porter, sempre inspiradíssimas.

Uma cena de dança com Jessica Biel e Colin Firth arrasando no tango funciona como atração extra dessa diversão bem acima da média.