domingo, 28 de fevereiro de 2010

Idas e Vindas do Amor é comédia romântica, mas não tem sal nem açúcar



No papel, não tinha como perder: um elenco top de linha reunido pela primeira vez para fazer uma comédia romântica com múltiplas histórias versando sobre uma das datas de maior apelo comercial do mundo e dirigido por alguém que tem uma larga experiência dentro do gênero; o tipo de investimento no qual até o mais cuidadoso dos investidores apostaria seu último centavo de ohos fechados na certeza de lucro.

Mas faltaria um detalhe: e alguém já disse que o diabo mora neles e no caso deste "sucesso certo" ele está no roteiro. Talvez com a boa aceitação de filmes como a simpática produção britânica "Simplesmente Amor" em mente, e aproveitando o elenco numeroso, a ideia de várias histórias de amor que se desenrolam no Dia dos Namorados não seria ruim de todo, se não fosse exatamente a questão do excesso de histórias.

Por ter gente demais no elenco, nenhuma das histórias temina bem mostrada, tudo é tão corrido que gente maravilhosa como Kathy Bates, não fica mais do que três minutos em cena e daí você acaba se perguntando para que chamar uma atriz tão boa se sua personagem não terá tempo para dizer mais do que três frases?

E esta talvez seja a maior causa de "Idas e Vindas do Amor" tornar-se, na prática, uma grande decepção para o público; com muitas histórias acontecendo paralelamente nenhuma tem chance de convencer na tela e fica tudo muito superficial e previsível.

Garry Marshall bem que tenta, mas o filme não decola e a simpatia de algumas cenas e situações é logo colocada a perder pelo rodízio rápido para outra história, pela estupidez do politicamente correto ou por outra razão qualquer que torna a produção morna, sem sal e sem açúcar.

Uma pena que em mais de duas horas de filme a única coisa com algum valor seja uma breve cena onde vemos Shirley MacLaine dançando com Hector Elizondo em um cinema ao ar livre.

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