sexta-feira, 31 de julho de 2009

Efeito Borboleta: Revelação (The Butterfly Effect 3: Revelation - 2008)



A franquia de ficção científica chega aos seu terceiro filme. A ideia é novamente a de mostrar alguém que consegue viajar no tempo e desta forma interferir no passado para obter resultados diferentes no presente.

Sam Reed (Chris Carmack) descobre que tem essa capacidade e a usa para ajudar o FBI a decifrar crimes complicados, identificando assassinos.

Suas ações são muito bem planejadas e controladas, para que não interfira nas cenas que presencia, mas ele encontra uma oportunidade de salvar sua namorada assassinada há cinco anos, depois de descobrir novas provas que podem inocentar o homem que foi condenado pelo crime.

Claro que sua ação acaba se revelando desastrosa e não só não consegue salvar a namorada como sua interferência acaba criando uma realidade alternativa ainda mais perigosa e complicada já que ela resulta no aparecimento de um terrível serial killer.

A boa ideia que iniciou a franquia, de alguém com a capacidade de modificar o passado é bem aproveitada por aqui, criando um suspense razoável, onde a exemplo do primeiro filme, estrelado por Ashton Kutcher, cada nova interferência acaba criando novos problemas.

Além do mais, para o público feminino, a presença na tela do galã Carmack pode servir como um estímulo extra.

As inúmeras viradas na trama, bem como o final eletrizante fazem do filme uma boa alternativa para este final de semana chuvoso que se anuncia.

terça-feira, 14 de julho de 2009

A Mulher Invisível (2009)



O cinema brasileiro descobriu que pode ser leve e divertido, no mesmo pique das comédias românticas americanas e sem qualquer pretensão à obra-prima, este "A Mulher Invisível" está na medida certa para agradar o gosto de todos os públicos.

Pedro (Selton Mello) é antes de tudo um homem romântico, apaixonado pela mulher (Maria Luiza Mendonça), ele parece muito feliz, até descobrir a verdade: ela está grávida gêmeos e o pai não é ele.

Desiludido, ele abandona o emprego e cai no fundo do poço, até que Amanda (Luana Piovani), uma nova vizinha, bate em sua porta pedindo uma xícara de açúcar.

A sua vida então muda, Pedro recupera a auto-estima e estaria vivendo um final feliz se não fosse um pequeno detalhe: a tal vizinha só existe em sua imaginação.

Claro que tudo se complica muito antes de se resolver de verdade e aí alguns personagens reais, como seu amigo Carlos (Wladmir Brichta) e sua vizinha Vitória(Maria Manoella), eternamente apaixonada por Pedro, contribuem para aumentar a confusão.

Também não tem como deixar de notar a sempre ótima Fernanda Torres impagável como Lúcia, a irmã e uma espécie de "consciência" de Vitória, dando palpite o tempo inteiro na vida amorosa da irmã.

A opção do diretor Claudio Torres foi a de fazer um filme divertido, acessível a todos; e talvez seja esse seja seu maior trunfo, isso significa bilheterias bem acima da média para o padrão dos filmes nacionais e uma performance aqui no Brasil, de maior sucesso do que de muitos blockbusters internacionais.

Duplicidade (Duplicity - 2009)



As tramas da Guerra Fria que moviam o clássico gênero filme de espionagem mudaram consideravelmente nesse nosso mundo globalizado e se transferiram em parte para o ambiente corporativo e os grandes conflitos que elas retratavam passaram a existir apenas no âmbito da competição pelo sucesso comercial.

Claire (Julia Roberts) trabalha para a CIA e Ray (Clive Owen) para o MI6, sua versão britânica, os dois se conhecem em uma missão, se aproximam, mas no mundo da espionagem, não dá para confiar em ninguém e Claire consegue levar um dos arquivos secretos de Ray, que fica em maus lençóis após isso.

Cinco anos depois, os dois abandonaram as agências oficiais e caíram no mundo corporativo, Ray cuida da segurança anti-espionagem da empresa Equikrsom, um trabalho que se mostrará um pouco complicado, já que os competidores diretos desta empresa, a Burkett & Randle contrataram Claire como consultora.

O interessante de Duplicidade é que nunca se tem certeza se os dois estão juntos ou não nas tramas que aparentemente combinam; as viradas na trama, os flashbacks e outros detalhes tornam o filme um pouco complicado à primeira vista.

Como os personagens centrais, também os espectadores podem sentir-se perdidos, mas no "conjunto da obra", o fino humor, as surpresas e especialmente a presença dos atores Tom Wilkinson e Paul Giamatti, nos papéis de presidentes das empresas rivais, fazem de Duplicidade uma boa diversão.

Mais um ponto para a carreira de seu diretor/roteirista Tony Gilroy, responsável pelos também excelentes Conduta de Risco (2007) (diretor/roteirista) e Intrigas de Estado (2009) (roteirista).

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Freud Além da Alma (Freud: The Secret Passion - 62)

Encontrei uma verdadeira pérola do cinema por acaso e pesquisando um pouco mais tarde, descobri que ela se encontra refém há muito tempo dos chamados canais pagos e indisponível tanto em sua versão VHS quanto em DVD, uma pena, já que "Freud, Além da Alma" (1962) é um daqueles filmes obrigatórios para quem tem um mínimo interesse em psicanálise.

Filmado em preto e branco, "Freud, Além da Alma" foge bastante dos padrões das cinebiografias por não fixar-se na história do personagem, mas por acompanhar o início de sua carreira e a base da formulação de suas teorias, que acabaria gerando anos mais tarde, a própria psicanálise.

Sigmund Freud era antes de tudo médico e após passar alguns anos clinicando, começa a ter um maior interesse no estudo da histeria, uma manifestação que na época não era levada muito a sério por seus colegas, que encaravam a doença quase como uma fraude, uma tentativa desesperada de obter atenção ou livrar-se das obrigações.

Mas seus estudos, inclusive como aluno do Dr Charcot, em Paris, o levam a novas, e surpreendentes conclusões, que na época serviram para que toda a comunidade médica conservadora de Viena, que era muito avessa a considerar a hipnose como uma ferramenta válida, torcesse o nariz.

Neste filme de John Huston, a própria fotografia em preto-e-branco ajuda a ressaltar o clima onírico, referindo a acontecimentos que muitas vezes não se tem certeza se são reais ou frutos da mente do médico ou de seus pacientes. Algumas das cenas, as que recriam sonhos relatados por pacientes, chamam atenção esteticamente, reforçando o fato de tratar-se de uma produção caprichada.

Aliás, capricho não só visual, como de conteúdo, já que o roteirista não creditado de "Freud Além da Alma" foi o filósofo francês Jean-Paul Sartre, uma das grandes mentes do século XX.

No elenco estão Montgomery Clift, Susannah York, Larry Parks e David McCallum.