domingo, 19 de setembro de 2010

Nosso Lar confirma sucesso de público de filmes espíritas



Com a fama de ser a mais cara produção nacional graças a um custo de nada menos do que 20 milhões de reais, chega aos cinemas "Nosso Lar", baseado no livro homônimo de Chico Xavier; trazendo mais uma vez a temática espírita para o grande público.

Até aí, tudo muito lógico, afinal não é difícil investir pesado em um filme cujo retorno financeiro é certo, já que os títulos dentro desta temática costumam arrastar multidões ao cinema, "Chico Xavier" e "Bezerra de Menezes" já haviam conseguido bons resultados, mas parecem pálidos diante do recorde de 1 milhão de espectadores que "Nosso Lar" obteve em apenas 5 dias de exibição.

Além disso, o próprio livro que descreve as experiências pós vida do médico André Luiz, tem por si mesmo um irresistível apelo cinematográfico; afinal quem durante a leitura do livro não ficou imaginando a beleza dos detalhes da colônia extrafísica descrita no texto psicografado, com seus belos jardins e instalações cheias de tecnologia do "outro mundo".

Mas aí tropeçamos no primeiro problema, a adaptação daquilo que o papel descreve para a tela. No caso de "Nosso Lar" essa tarefa ficou nas mãos do próprio diretor Wagner de Assis, cujo currículo inclui o razoável "A Cartomante" (2004), mas que infelizmente, desta vez esqueceu que fazia um audiovisual, exagerando na verborragia e colocando na frente do público trechos e mais trechos de texto do livro ipsis litteris, o que convenhamos não ajuda nem um pouco na fluidez do espetáculo.

Pode até soar estranho, mas em um filme sobre espiritualidade fez falta um pouco de contemplação. Mesmo com a geração de cenários dependendo do CGI, um recurso técnico cujos custos, perdoem-me o chavão, estão pela "hora da morte".

As descrições excessivas e o didatismo tiram uma boa fatia da graça do espetáculo cinematográfico e atrapalham até o desempenho dos atores, que parecem ter dificuldade para encontrar o tom.

Mas os defeitos que aponto provavelmente não serão um problema para os muitos simpatizantes da doutrina espírita que lotarão as salas e ficarão emocionados ao presenciar cada uma das descobertas da viagem do espirito de André Luiz pelo outro lado da vida.

Pena que lições edificantes nem sempre rendam bom cinema.

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