quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O tombo da ciranda financeira de acordo com Oliver Stone



Lá atrás, no final da década de 80, o senso crítico do diretor Oliver Stone já percebia que existia algo de muito errado no caráter dos endeusados YUPPIES (palavra formada a partir das iniciais de Young Urban Professional), uma tribo que parecia pronta para ocupar a liderança do mundo.

Em "Wall Street: Poder e Cobiça" (87); Stone escancara sua preocupação com a ganância sem limites desses jovens, usando para isso o personagem Gordon Gekko (Michael Douglas), um executivo de Wall Street sem escúpulos que não vê nada errado naquilo que faz; desde que escape ileso e com os bolsos cheios de dinheiro.

O resultado foi uma pequena obra-prima do cinema, com a atuação premiada com o Oscar e Globo de Ouro de mehor ator para Michael Douglas.

O tempo passou, Oliver Stone encontrou outros temas para exercer seu sempre presente senso critico, mas em 2008, os Gordon Gekkos da vida real mergulharam o mundo em uma crise financeira sem precedentes e o diretor então viu que surgia o momento ideal de trazer seu vilão de volta.

Em "Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme"; depois de pagar por seus crimes, Gekko sai da prisão, depois de escrever um livro onde mostra sua visão sobre o cenário financeiro e prevê a aproximação de uma grande crise, vista com cetecismo e até desprezo pelo setor que passou a considerá-lo um pária.

De outro lado, o jovem e idealista operador financeiro Jake Moore (Shia LaBeouf), noivo da filha de Gekko, Winnie (Carey Mulligan); vê seu chefe e mentor Louis Zabel (Frank Langella) colocado contra a parede pelos primeiros sinais da crise, suicidar-se.

Começa a planejar uma vingança contra Bretton James (Josh Brolin), um executivo considerado por ele como o responsável pela morte de Zabel e para isso, busca a ajuda de Gekko, sem o conhecimento da noiva, que por sinal, não quer nem saber do pai.

Com o desastre financeiro como pano de fundo, o foco de Stone desta vez parece ter caído muito mais sobre o drama humano dos filhos negligenciados pelo pai que até ser preso por seus crimes contra o mercado fnanceiro, só tinha olhos para a dança dos milhões em jogo em cada operação.

Se bem que Stone deixa bem clara a sua posição crítica quanto a esse jogo, com ideias originais como usar o skyline de Manhattan para traçar gráficos e ilustrar a irresponsabilidade da busca por lucros de pessoas comuns na personagem de Susan Sarandon, a enfermeira, mãe de Jake, que perde tudo que tem durante a crise e ouve do filho que para ganhar dinheiro, seria necessário produzir algo.

Lição preciosa que esperamos que os tais especuladores irresponsáveis do mercado globalizado tenham finalmente compreendido.

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