terça-feira, 30 de setembro de 2008

Ensaio Sobre a Cegueira



Este não é um filme fácil, daqueles que Hollywood despeja nos cinemas em doses cavalares, o tempo todo; pelo contrário, como quase toda a boa obra de arte foi feito para provocar, tirar o público de sua "zona de conforto" e arrastá-lo para testemunhar uma inacreditável fábula sobre a destruição da sociedade.

No trânsito caótico de uma grande cidade, um homem cria confusão ao ficar repentina e inexplicavelmente cego. Mas ao contrário da escuridão, ele passa a enxergar tudo branco, como se tudo ficasse inundado de luz.

Todas as pessoas com quem este primeiro doente tem algum tipo de contato pegam a doença, até o oftalmologista (Mark Rufallo) e a forma que o governo encontra para tentar conter a epidemia é isolar os doentes em um hospital desativado.

A esposa do oftalmologista (Julianne Moore) parece imune ao contágio e escolhe acompanhá-lo até o isolamento, que se torna cada vez mais caótico com a chegada, de um número cada vez maior de doentes.

Sem poder sair e sem ter a mínima idéia do que está acontecendo fora dos muros do hospital, a situação vai piorando e os doentes vão aos poucos perdendo seus últimos traços de humanidade.

Adaptação para o cinema do livro de José Saramago, este projeto pessoal de Fernando Meirelles é tão perturbador que tem provocado tanto no público quanto na crítica reações extremas que vão do amor ao ódio.

E já que se fala de visão, as câmeras entram e saem do foco constantemente e a iluminação recria uma cidade de São Paulo em tons ainda mais frios e acinzentados do que os reais.

Com um grande elenco internacional que inclui atores japoneses, canadenses, americanos e brasileiros, Ensaio Sobre a Cegueira é um produto muito bem acabado da globalização e mais um passo muito bem sucedido da carreira internacional do diretor brasileiro Fernando Meirelles.

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Um comentário:

  1. Ainda não consegui ver este filme, mas a ansiedade é grande.

    Abraços

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