sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O lado patético dos relacionamentos segundo Woody Allen



Tudo indica que Woody Allen não se encontra exatamente no auge de sua forma, mesmo assim, um filme que esteja aquém da média do catálogo do diretor, ainda estará um tanto acima daquilo que costumeiramente chega todas as semanas em nossas salas de cinema.

Além disso, o prestígio do diretor contribui para que mesmo em seus filmes menores exista um elenco de astros dignos das super produções e dispostos a defender com graça os personagens de seus roteiros.

Depois do retorno nostálgico a Nova York em "Tudo Pode dar Certo", o cineasta volta a filmar na Europa, mais especificamente em Londres, cidade que tem servido de cenário para sua obra há algum tempo.

Com uma boa dose de cinismo, Allen, que não aparece na tela, mas usa a voz para assumir o papel de narrador da trama, nos convida a olhar mais de perto uma certa família londrina às voltas com problemas de relacionamento amoroso.

Depois de um casamento de 40 anos, Alfie (Anthony Hopkins), em pânico por não conseguir enfrentar o próprio envelhecimento, divorcia-se de Helena (Gemma Jones) e passa a buscar uma vida diferente daquela que teve até agora.

A esposa abandonada no processo, busca aconselhar-se com Cristal (Pauline Collins), uma vidente que passa a dizer-lhe exatamente o que quer ouvir.

Por sua vez, Sally (Naomi Watts), a filha do casal também vive um momento ruim em seu casamento com Roy (Josh Brolin), um homem que desistiu da medicina, escreveu um livro que fez algum sucesso há algum tempo atrás e, agora, tenta escrever seu segundo livro; mas sabe que não tem nas mãos uma história suficientemente boa para sequer ser aceita pela editora.

Para piorar a situação, Alfie encontra Charmaine (Lucy Punch), uma prostituta com metade de sua idade e decide casar-se com ela. Enquanto isso, Roy encontra em Dia, uma vizinha indiana (Freida Pinto), uma forma de aceitar melhor o divórcio que Sally acaba pedindo por considerá-lo muito imaturo.

Mergulhando aos poucos nas desventuras destes casais completamente desajustados, Allen propõe ao público que observe mais uma vez o quanto algumas situações podem trazer para fora aquele lado ridículo que normalmente escondemos muito bem dentro de nós mesmos.

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Um comentário:

  1. Estou com este Allen baixado aqui, mas ainda não vi. Não tô botando muita fê, mas devo ver assim mesmo ...

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