segunda-feira, 30 de abril de 2012

Madonna dirige filme sobre romance polêmico

Uma história de amor que poderia muito bem fornecer material para os contos de fadas. Em 1936, o rei Edward VIII (James D’Arcy) abdica do trono para poder casar-se com Wallis Simpson (Andrea Riseborough), uma americana divorciada, gerando um enorme escândalo que quase destrói a monarquia britânica.

Madonna passou alguns anos pesquisando mais a fundo esta história de amor e assina o roteiro junto com Alek Keshishian (diretor do documentário "Na Cama com Madonna" de 1991).

E para apresentar ao público o romance, Madonna lança mão de um recurso que já vimos antes em "Julie e Julia"(2009); Wally (Abbie Cornish) é uma mulher que se sente presa a um casamento em crise, em 1998, e passa a interessar-se pelo romance real a partir da exposição de objetos que pertenceram ao casal, prestes a serem leiloados na Sotheby's onde ela mesma já tinha trabalhado.

Quanto mais seu casamento vai mal, mais ela mergulha na fantasia e com o tempo Wallis Simpson passa a ser sua melhor amiga imaginária e as cenas em que elas compartilham a tela são interessantes, assim como alguns momentos completamente anacrônicos como aquele em que se vê Wallis Simpson dançando ao som de Sex Pistols durante uma festa.

Aliás, a trilha sonora de Abel Korzeniowksi e os figurinos impecáveis de Arianne Phillips, indicados para o Oscar, são dois pontos altos do filme e certamente fazem parte de uma estratégia de Madonna, a de cercar-se dos melhores profissionais de cada área para compensar sua ainda pequena experiência como diretora.

Como quem realmente ainda busca seu espaço no cinema, Madonna escolhe passar batido nos aspectos mais polêmicos da biografia de Edward VIII e cita muito por cima seu envolvimento com o Nazismo e o exílio que ele causou.

Em alguns momentos, o filme lembra um videoclipe, com tomadas onde o apelo visual ajuda o espectador a esquecer um pouco a confusão nas idas e vindas temporais da trama. De qualquer forma, vale a pena ver, seja pelo resgate dos personagens históricos que nunca tiveram espaço suficiente no cinema, seja pela ambição de Madonna de conquistar um espaço atrás das câmeras; em "W.E. - O Romance do Século", ela mostrou que tem algum talento para isso, falta apenas amadurecê-lo.




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