sábado, 8 de setembro de 2012

Meia-Noite em Paris

Já se vão quase 10 anos, desde "Melinda Melinda" de 2004, que Woody Allen lembrou-se que existia um mundo fora de Manhattan, tirou a poeira da capa do passaporte e resolveu usá-lo para buscar novos cenários para seus filmes. Com altos e baixos, desde então, o genial cineasta tem mostrado seus peculiares pontos de vista, do lado de lá do Atlântico, na Europa.

E desta vez ele encontrou Paris, talvez a capital da Europa mais cantada em verso e prosa, aparece esplendorosa já nas primeiras cenas do filme, dividindo o público entre aqueles que suspiram por já conhecê-la e os que o fazem por ainda não ter tido uma oportunidade.

Uma cidade linda tanto sob o sol quanto sob a chuva e seu encantamento, que se estende também por sua enorme importância cultural encanta Gil Pender (Owen Wilson), um roteirista de Hollywood que embora ganhe muito bem com os filmes que faz, ainda tem o sonho de tornar-se um bom escritor e até já começou a escrever um livro, mas tem muita insegurança quanto a seu valor.

Viajando com sua noiva Inez (Rachel McAdams) e seus sogros; ele acaba isolado porque é o único suficientemente sensível ali para ver na cidade mais do que a chance de fazer compras com algum glamour, ainda mais depois que sua noiva esbarra em Paul (Michael Sheen); seu antigo professor na faculdade e um pretensioso sabe-tudo, que não demora muito a irritar Gil.

Assim, ele sai sozinho para passear pela cidade à noite quando algo muito estranho acontece; um carro da década de 20 passa por ele e oferece uma carona, levando-o ao que tudo indica ser uma festa temática, mas que mais tarde se revela ser uma viagem ao cenário de seus sonhos, onde vivem Ernest Hemingway, Cole Porter, Picasso, Gertrude Stein, Matisse, Luis Bunuel e Salvador Dali, para ficar em apenas alguns e onde ele conhece Adriana (Marion Cotillard); uma garota por quem se apaixona e que, embora viva rodeada pela nata da intelectualidade do início do século XX, como Gil, também imagina que o melhor momento para se viver, esteja no passado, mais exatamente na Belle Epoque.

Mostrando mais uma vez o pensamento claro de Allen, o filme é uma delícia de assistir, seja pelos belos cenários parisienses, ou pelo divertido retrato de mitos como Hemingway (Corey Stoll) e Dali (interpretação impagável do ótimo Adrien Brody).

Como todo fruto da fantasia de sonhadores, os personagens reais imaginados por Allen não vão além de seus estereótipos,  deixando assim o exercício de imaginação que ele propõe, ficar ainda mais divertido e tornando-se, especialmente para as pessoas que usam de alguma forma sua criatividade, obrigatório.

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