Walt Kovalski (Clint Eastwood) acabou de ficar viúvo e passa a viver sozinho em uma casa nos subúrbios, depois de uma vida dedicada a família e a uma fábrica de carros.
São poucas suas atuais alegrias, na verdade, ele é tão rabugento que dá a impressão de estar resmungando constantemente, xingando a tudo e a todos ao redor, incluindo seus filhos e netos. Nem o persistente padre Janovich (Christopher Carley), que prometeu à esposa de Kovalski ajudá-lo, consegue uma aproximação com Walt.
O tal velhinho, que de doce não tem nada, ainda demonstra ser racista, fazendo comentários cada vez mais horríveis, sempre que encontra os vizinhos, quase todos imigrantes coreanos de uma mesma família.
Tao (Bee Vang), um dos membros desta família ainda consegue piorar a situação. Adoslescente tímido e solitário, Tao passa a ser alvo das investidas de uma gangue e embora não tenha vontade de tomar parte, não vê saída, já que sabe que se não participar, será sua vítima constante.
Como uma iniciação, a gangue propõe que Tao roube o carro marca Gran Torino de Kovalski, mas ele é pego em flagrante, quase leva um tiro e acaba aumentando os sentimentos negativos de Walt pelos vizinhos.
Mas a irmã de Tao, Sue (Ahney Her), mais atirada, consegue começar a dialogar com Walt e a amizade entre os dois, consegue o milagre de diminuir um pouco seus preconceitos e surge até uma relação de afeição com a família que com o tempo, o adota.
Dirigido por Eastwood, Gran Torino tem por objetivo discutir a violência que todos nós carregamos e a sua expressão naquelas pessoas que buscam fazer justiça com as próprias mãos, movidas muitas vezes por causas nada justas como o preconceito.
Uma bela obra e talvez um mea culpa de alguém que em seu trabalho de ator, ao longo de mais de 50 anos, reprisou tantas vezes o papel de justiceiro solitário, que agora quer apenas se mostrar como humano.
Já não era sem tempo, pena que a Academia não enxergou "Gran Torino" com os mesmos olhos que a crítica especializada que não poupou elogios à beleza de sua humanidade.
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