quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Abraços Partidos - Quem diria, um Almodóvar noir!



O cineasta espanhol Pedro Almodóvar sempre mostrou em sua obra um alto grau de fascinação pelo próprio cinema e com um estilo muito pessoal, o cineasta costuma revelar aqui e ali, seu amor pela chamada Sétima Arte.

Neste novo trabalho, com personagens do universo cinematográfico, ele não precisa de desculpas e escancara sua paixão.

Harry Cane (Lluís Homar), pseudônimo de um ex-diretor de cinema que tornou-se roteirista após sofrer um acidente que o cegou recebe a visita de um misterioso cineasta chamado Ray X (Ruben Ochandiano), que o procura para contratá-lo para desenvolver um script, desencadeando os flashbacks que explicam sua condição.

O ex-diretor volta ao início da década de 90 para contar o que aconteceu durante as filmagens de seu último trabalho "Garotas e Malas", uma comédia com ecos de "Mulheres a Beira de um Ataque de Nervos", que tem como protagonista Magdalena (Penelope Cruz) e amante do milionário Ernesto (José Luis Gómez), por quem o diretor se apaixona a primeira vista.

Ciumento, o milionário coloca o próprio filho no set de filmagens com a desculpa de realizar um making of, mas com o objetivo de vigiar o que acontece com a amante e a descoberta da traição desencadeia uma grande crueldade.

Se Almodóvar torna ainda mais explícita sua paixão pelo cinema, vestindo sua musa Penélope Cruz como Audrey Hepburn e Marilyn Monroe em algumas sequências, ele opta por uma paleta de tons mais esmaecidos e próximos da linguagem do film noir, fugindo do padrão coloridíssimo e grandiloquente que o tornou famoso.

Um belo trabalho que deve agradar muito aos cinéfilos, mas que não deixa de ser uma boa opção para os "não iniciados", em busca de apenas uma boa distração.

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