O novo filme de M. Night Shyamalan, a exemplo de "A Vila", no Brasil recebeu um tratamento especial por parte da distribuidora, a opção foi de mantê-lo como um grande mistério até o momento de sua estréia e até mesmo as costumeiras exibições privadas para jornalistas e críticos deixaram de acontecer.
A idéia, que talvez tenha passado pela cabeça da distribuidora, era de que por se tratar de um material que já foi recebido com um certo estranhamento nos EUA e na Europa, o mistério serviria como marketing, evitando o massacre dos críticos e a perda de público que ele teoricamente causaria.
Mas a verdade é que não só não veio o massacre como nem a imaginada "fuga em massa"; pois o filme do cineasta indiano é bem melhor até do que a própria distribuidora esperava.
É certo que as produções de Shyamalan tem perdido espaço no coração dos críticos e que desde a unanimidade de "O Sexto Sentido”, mesmo se tratando de filmes criativos, com temas e formatos diversificados, têm recebido o mesmo tratamento da crítica: o linchamento impiedoso.
Mesmo seu filme mais recente, "A Dama da Água" recebeu críticas duras, embora se tratasse de uma interessante e criativa fábula sobre a criação das fábulas.
Em “O Fim dos Tempos” não existe só a vontade de contar uma história, mas também de mostrar a um grande público observações acerca do estado das coisas no mundo moderno.
E é esse lado crítico, que também deu a tônica a “Os Sinais” e “A Vila” que torna este novo trabalho tão especial.
Neste filme acompanha-se a luta pela sobrevivência de um professor de ciências vivido por Mark Wahlberg em uma situação completamente inusitada, tentando fugir do que inicialmente aparenta ser um estranho ataque terrorista com armas biológicas que provocam uma onda de suicídios em massa.
O suposto alvo inicial, a cidade de Nova York, se transforma em um caos, enquanto o tal terror vai se espalhando por todas as cidades da Costa Leste.
A mão do diretor pode ser sentida no clima de insegurança e suspense crescente, à medida que o tal professor e seu grupo vão avançando cada vez mais para o interior, sem encontrar nenhum lugar que não tenha sido afetado.
E suas influências como discípulo fiel do riquíssimo universo de Alfred Hitchcock se revelam, como na horripilante seqüência de suicídios que acontece em um centro urbano com o revólver de um policial.
“O Fim dos Tempos” pode não ser exatamente a obra-prima que todos esperavam de Shyamalan, ele mesmo andou declarando antes do lançamento de que se tratava de um “filme B” (termo usado para designar filmes de baixo orçamento) mas que com certeza entra em seu currículo como mais uma história intrigante de um cineasta que é um dos melhores de sua geração.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
O Fim dos Tempos - thriller polêmico de M. Night Shyamalan
Postado por Drika Maraviglia às 10:58
Marcadores: cinema, M Night Shyamalan, review
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